Alimentação inadequada pode influenciar no rendimento profissional

Atualmente, a correria e o estresse, decorrente da vida atribulada que muitos trabalhadores levam, fazem com que seja cada vez mais difícil adotar e manter hábitos alimentares saudáveis. É muito comum encontrar pessoas que não tenham horários fixos para se alimentar e acabam substituindo as principais refeições do dia por lanches rápidos (fast food), guloseimas, refrigerantes e petiscos. A endocrinologista e diretora médica do Laboratório Frischmann Aisengart, Myrna Campagnoli, explica como a má alimentação interfere diretamente no rendimento profissional.

“O rendimento no trabalho está diretamente relacionado à qualidade de vida. O cérebro precisa de nutrientes, especialmente glicose, para manter-se alerta. Os nutrientes também são essenciais para a produção de neurotransmissores, sinalizadores responsáveis pelo raciocínio e sensação de bem-estar. Além disso, os hormônios e outras substâncias, tão sensíveis ao estresse, modulam a atenção e a disposição. Portanto, alimentar-se bem e manter-se sereno e com o sono em dia, contribuem para a melhoria da performance intelectual”, diz a especialista.

Segundo a médica, os hábitos alimentares são de extrema importância, uma vez que, se a saúde não está bem, o desempenho no trabalho pode ser prejudicado. Acrescenta ainda que o alimento consumido influencia na inteligência e, neste sentido, o cérebro é o órgão mais exigente do nosso corpo, portanto, mantê-lo adequadamente alimentado favorece os mecanismos cognitivos.

Uma dieta saudável deve ser composta de seis refeições diárias: café da manhã, lanche da manhã, almoço, lanche da tarde, jantar e ceia. O intervalo entre cada uma delas deve ser de, aproximadamente, três horas, de forma que o metabolismo fique constante, evitando que as pessoas comam em excesso na próxima refeição. Os alimentos ingeridos devem possuir um valor nutricional equilibrado, uma vez que os nutrientes servem como combustível para que o organismo tenha seu funcionamento perfeito.

O que comer no trabalho?

Porém, com a rotina do trabalho, esta dieta pode ser afetada. Segundo a especialista, o jejum ou jejum prolongado é bastante prejudicial, pois causa fraqueza no organismo, lentidão de raciocínio, diminuição da atenção, mau humor, além de predispor a problemas digestórios, como gastrites e úlceras.

“Com a falta de tempo, muitas pessoas optam pela alimentação fast food, no qual o valor nutricional do produto é sacrificado, em detrimento da conveniência, provida pela produção em massa e barata dos ingredientes. Para devolver todos os sabores perdidos durante o processamento dos ingredientes, são adicionadas grandes quantidades de açúcares, gorduras e sal. Sabe-se que, em excesso, estes ingredientes provocam consequências negativas à saúde”, conta a médica.

Dra. Myrna orienta que os profissionais sempre levem ao trabalho alimentos naturais, como frutas e legumes, uma vez que estes são fáceis de se consumir e transportar. Maçã, banana, uva, pera, goiaba, tangerina, uva passa, cenoura ou pepino em palitinhos são boas opções de lanche durante a jornada de trabalho. Assim, na hora em que a fome apertar, ao invés de ingerir um salgadinho ou biscoito, o trabalhador poderá ter uma opção mais saudável. Lembrar de hidratar-se com frequência, mesmo em dias mais frios, pois a água é essencial para todos os processos em nosso organismo.

Alimentação para cada tipo de profissional

  • Pessoas que precisam de muito foco no trabalho devem ingerir produtos que estimulam a concentração e a memória, tais como: morango, pêssego, uva, kiwi, tomate, maçã, cebola, espinafre, sementes e grãos;
  • Pessoas que trabalham com a agilidade de raciocínio devem ingerir alimentos ricos em ácidos graxos, ômega 3 e vitamina B, encontrados em: nozes, óleos vegetais, salmão e outros peixes, vísceras de animais, verduras, legumes e grãos;
  • Pessoas que trabalham com a força física devem evitar o jejum ou intervalos muito longos entre uma refeição e outra. O corpo precisa de proteínas, carboidratos e gorduras, além de vitaminas e minerais, para garantir o máximo de reconstrução muscular e o aumento da força. O ideal é a ingestão de água em abundância, além do consumo de frutas e legumes.

Paula Batista