Conhecendo a Alergia Alimentar

Você já ouviu alguém dizer que não pode comer um alimento porque tem alergia? De fato, tem sido observado um aumento da alergia alimentar nos últimos anos. Em algumas pessoas  pode haver uma resposta imunológica alterada mesmo com um alimento que costuma  ser inofensivo. Quando  isso acontece, ocorre uma reação indesejável no organismo que se chama de alergia alimentar.

A gastroenterologista Pediátrica do Hospital Nossa Senhora das Graças (HNSG), Dra Márcia Luiza Baptista, explica que os alimentos que mais causam a alergia alimentar são o leite de vaca, ovo, soja, trigo, amendoim, peixes e crustáceos. As alergias alimentares  são bem mais comuns em crianças do que em adultos. “Em crianças o leite da vaca, ovo e soja, respondem por aproximadamente 90% dos casos de alergias”, destaca a médica.

Os sintomas de uma reação  alérgica  alimentar variam de leves e moderados, na maioria das vezes, mas podem ser até fatais. Podem ser encontrados vermelhidão na pele,  coceira, inchaço no rosto, sintomas respiratórios (tosse, falta de ar, inchaço na laringe),  sintomas gastrointestinais variados (cólicas, diarréia, vômitos), e até cardiovascular, como pressão baixa e choque anafilático.  “Os sintomas são variados e individuais pois dependem da resposta imune de cada pessoa,  com produção  ou não de anticorpos no sangue,  podendo iniciar rapidamente  após a ingesta do alimento, ou  em até vários dias”, explica a médica.

Muitas pessoas confundem a alergia ao leite de vaca  com a intolerância a lactose. “A intolerância a lactose ocorre devido  uma produção insuficiente de lactase, enzima digestiva, e resulta na incapacidade de digerir a lactose, que é o açúcar existente no leite e seus derivados”, diferencia a Dra. “Muito embora, as duas condições possam dar sintomas gastrointestinais semelhantes, na alergia  ao leite de vaca há uma resposta imunológica alterada frente às proteínas do leite,  e o manejo dietético é diferente, explica  a gastroenterologista”, completa.

Quando há suspeita da  alergia alimentar, procura-se fazer uma história clínica detalhada, exame físico adequado  e,  testes dietéticos de exclusão do alimento suspeito seguidos de testes de provocação oral. Exames complementares podem ajudar no diagnóstico, como a pesquisa de anticorpos específicos a alimentos no sangue, testes cutâneos  de hipersensibilidade e até exames endoscópicos com biópsias.

A base do tratamento da alergia alimentar é a dieta de exclusão. “Com a exclusão do alimento põe-se fim à  alergia”, destaca a médica. A dieta deve ser individualizada e com um diagnóstico preciso, pois a eliminação de alimentos pode levar a comprometimento nutricional.

O cuidado intenso para evitar transgressão  à dieta, bem como a rotina de ler os rótulos nas embalagens de alimentos são importantes para evitar sintomas ou descontrole da doença. Pacientes que apresentam risco de reações imediatas graves necessitam de recomendação de um serviço de emergência próximo. imprensa@hnsg.org.br