Mastectomia: enfrentando o medo

Quando uma mulher é diagnosticada com câncer de mama, uma das primeiras coisas que passa pela sua cabeça – e de todos à sua volta – é que ela terá que retirar a mama. Esse procedimento é a mastectomia, algo muito difícil para as mulheres, mas que segundo o mastologista do Hospital Nossa Senhora das Graças (HNSG), Cícero Urban, pode ser evitado em alguns casos e hoje, caso seja necessária, há técnicas avançadas de reparação.

“Nem sempre as mastectomia é realizada. Algumas pacientes com câncer de mama podem ter suas mamas preservadas. Por isso a importância do rastreamento mamográfico, que constatam tumores pequenos e permitem cirurgias menos agressivas”, explica Dr. Cícero. Porém, existem situações em que é preciso retirar a mama, e isso depende do tamanho da mama e de algumas características do tumor.

Para aquelas que realmente necessitarem passar pelo procedimento de retirada de mama, o mastologista explica que a cirurgia pode ser parcial ou uma mastectomia. “Em ambos os casos procuramos realizar a cirurgia reparadora – de reconstrução mamária – no mesmo momento da cirurgia do câncer. A reconstrução é, portanto, parte do tratamento”, afirma.

A mastectomia, com o passar do tempo e o avanço da medicina, está menos agressiva do que há 30 anos. Urban comenta que a agressividade da cirurgia vai depender do estágio do tumor. “Procuramos obter o máximo da eficácia, com o mínimo da radicalidade. Ou seja, precisa dar um tratamento proporcional ao tamanho e à agressividade biológica do tumor”, fala.

Após a cirurgia, os cuidados pós-operatórios são essenciais para a recuperação da paciente, mas vão depender do tipo de cirurgia que ela foi submetida. “De maneira geral, deve-se evitar atividades físicas mais intensas nas primeiras semanas, realizar fisioterapia precocemente e evitar o sol nas cicatrizes durante meses. Algumas pacientes necessitam de drenos, que também precisam de cuidados especiais. Mas geralmente é um pós-operatório tranquilo”, avalia.

O ideal e o objetivo dos médicos é que a mulher possa levar uma vida normal, o mais próximo do que ela vivia antes do diagnóstico. “É isso que buscamos, qualidade de vida, e não apenas a cura. Mas sabemos que isso nem sempre é fácil. A mama é um órgão muito delicado para a autoestima feminina, para sua saúde física, sexual e psicológica, por isso existem muitos aspectos envolvidos na superação desta doença. Mas trabalhamos para que a paciente possa levar uma vida normal”, conclui.

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