Especialistas explicam a importância da oncogeriatria no tratamento de idosos com câncer

No Brasil, os idosos (pessoas com 60 anos ou mais) representam 8,6% da população do País. Segundo a Organização das Nações Unidas, um a cada quatro homens entre 60 e 79 anos têm ou vão desenvolver algum tipo de câncer. O percentual de mulheres nessa faixa etária que podem sofrer com a doença é ainda maior: uma a cada três.

Em 2030 – ano em que o país terá mais idosos do que crianças e jovens de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a mortalidade por câncer terá crescido 45%, conforme previsão da ONU.

Para o Instituto Nacional do Câncer, quem tem mais de 65 anos é 11 vezes mais propenso a desenvolver uma doença cancerígena do que pessoas com idade inferior. O fumo é um dos principais fatores desencadeantes do câncer, além de comida gordurosa, industrializada, alta ingestão calórica e obesidade.

Segundo Elias Abdo, oncologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, os tipos de câncer mais comuns em idosos são: câncer de pulmão, próstata, mama e cólon. “Assim que identificada a doença, o mais importante passa a ser o tratamento com abordagem multidisciplinar. É preciso fazer uma avaliação geriátrica global para identificar a melhor estratégia de tratamento para cada indivíduo de acordo com comorbidade; perfil nutricional, funcional e psicológico; cognição; suporte social e uso de medicamentos pelo paciente.”

Este é o objetivo da oncogeriatria: buscar o equilíbrio entre qualidade de vida e expectativa de sobrevida do paciente, oferecendo um tratamento multidisciplinar e personalizado. A geriatra Aline Thomaz, do Hospital São Camilo, explica que o tratamento de tumores em idosos se concentra nas necessidades específicas, ou seja, não se trata apenas de considerar a sua idade cronológica. “É preciso levar em consideração a singularidade do padrão de envelhecimento de cada pessoa – qual é o funcionamento atual e como podemos preservá-lo ou perder o menos possível. As estratégias do cuidado do câncer devem se concentrar nos valores e preferências de cada paciente. As abordagens são projetadas para superar os cuidados clínicos habituais e melhorar a qualidade e segurança do idoso durante o seu tratamento”.

A especialista explica ainda que a ideia central é sempre melhorar a qualidade de vida. “Devemos considerar diversos fatores para se criar a melhor estratégia de tratamento. É extremamente importante conhecer as características específicas da neoplasia em questão, avaliar a reserva funcional e entender qual o nível de suporte social/ familiar com que o idoso pode contar”.

Na Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, os pacientes contam com o Núcleo de Oncogeriatria, que é totalmente dedicado a esse trabalho. “Proporcionamos um cuidado global ao paciente idoso realizando reuniões multidisciplinares onde são envolvidas as equipe médicas – oncologia, geriatria, cirurgia oncológica, fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, nutricionista, psicologia – e todos os demais profissionais necessários para elaborar juntamente com cada idoso o melhor plano de cuidado pensando principalmente na qualidade de vida”, explica Aline.

Centro de Oncologia – A Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo conta com o serviço do Centro de Oncologia formado por equipes de Oncologia Clínica e Onco-hematologia. As três unidades da Rede estão preparadas para oferecer toda a gama de atendimentos, como consultas ambulatoriais, administração de quimioterápicos em regime ambulatorial ou em internação, exames laboratoriais, exames de imagem, procedimentos cirúrgicos e por radiointervenção. Dentro do Centro de Oncologia existem também os núcleos especializados: Núcleo de Oncogeriatria, especializado no tratamento oncológico de idosos, o Núcleo de Oncologia em Imunodeprimidos, em parceria com a equipe de Infectologia e Oncopediatria, serviço com estrutura para oferecer todas as etapas do tratamento a crianças e adolescentes com câncer. Um importante diferencial do serviço do Centro de Oncologia é a realização de exames laboratoriais, imuno-histoquímica – identificação de células anormais por meio da localização de antígenos em tecidos -, genética e biologia molecular – para investigar as interações entre os diversos sistemas celulares -, além de ultrassom, tomografia e ressonância nuclear magnética. Por meio desses exames é possível fazer diagnósticos e prognósticos mais precisos, o que permite o planejamento adequado do tratamento com foco específico no estado de cada paciente.

 

Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo

A Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo é composta por três modernos hospitais que fazem parte da história da capital paulistana: Pompeia, Santana e Ipiranga. Excelência médica, qualidade diferenciada no atendimento, segurança, humanização e expertise em gestão hospitalar são seus principais pilares de atuação. As Unidades têm capacidade para atendimentos eletivos, de emergência e cirurgias de alta complexidade, como transplantes de medula óssea. Hoje, a Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo presta atendimento em mais de 60 especialidades, oferece ao todo 685 leitos e um quadro clínico de mais de 3,7 mil médicos qualificados. Seus hospitais possuem importantes acreditações internacionais, como a da Joint Commission International (JCI), renomada acreditadora dos Estados Unidos reconhecida mundialmente no setor e a Acreditação Internacional. A Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo faz parte da Sociedade Beneficente São Camilo, uma das entidades que compreende a Ordem dos Ministros dos Enfermos (Camilianos), uma entidade religiosa presente em mais de 30 países, fundada pelo italiano Camilo de Lellis, há mais de 400 anos. No Brasil, desde 1928, a Rede conta com expertise e a tradição em saúde e gestão hospitalar. marina.bitencourt@maquina.inf.br