Formigamento nas mãos pode ser sintoma da Síndrome do Túnel do Carpo

Você já sentiu dor, choque, dormência ou formigamento nas mãos após um dia cansativo? Então, é importante buscar acompanhamento médico para checar se sua saúde está em dia. É que essa sensação de parestesia – principalmente nas palmas das mãos, dedos polegar, indicador e médio- é um dos sintomas da Síndrome do Túnel do Carpo.

A doença, que tem mais de 150 mil diagnósticos por ano no Brasil, é causada pela compressão do nervo mediano que passa por um canal estreito no punho, chamado Túnel de Carpo. Essa compressão é causada pelo aumento das estruturas que passam pelo túnel ou também pelo seu espessamento.

Segundo a fisioterapeuta Walkiria Brunetti, a doença é mais comum em pacientes com LER (lesão por esforço repetitivo), como pessoas que digitam demais. “Mas ela também está associada a alterações hormonais, como menopausa e gravidez, e é mais frequente nas mulheres de 35 a 60 anos”, explica Walkiria.

No entanto, existem outras causas que podem aumentar a pressão dentro do canal, como tumores e eventos inflamatórios, além de fraturas e traumatismos.

Dores e perda da destreza
Walkiria explica que os sintomas mais frequentes da síndrome são dores, sensação de choque, dormência, formigamento e perda de destreza nas mãos.

“A dor e o formigamento podem piorar em algumas situações do dia a dia e está relacionada à posição de flexão dos punhos, pois isso leva à compressão do nervo. Uma pessoa que digita o dia todo com os punhos nessa posição, certamente terá o quadro doloroso. Já à noite também piora devido ao posicionamento na hora de dormir. A dor pode irradiar para o braço e para o ombro”, comenta.

A evolução da síndrome dificulta tarefas do dia a dia, como amarrar os sapatos e abotoar uma camisa. O diagnóstico é feito por um ortopedista por meio de dois testes e quanto mais cedo o diagnóstico for feito e iniciado o tratamento, melhores são os resultados”, afirma Walkiria.

Fisioterapia é aliada para tratar e prevenir
A fisioterapia atua tanto na fase aguda da doença, como também na prevenção. Atualmente, há vários recursos que podem ser usados, como a estimulação elétrica cutânea, estimulação elétrica neuromuscular, ultrassom, infravermelho e laser, que servem para melhorar o quadro doloroso, reduzir o processo inflamatório e melhorar a circulação.

Também podem ser usados calor por imersão, crioterapia e banhos de contraste, além da terapia manual. Para complementar, são aplicados exercícios para aumentar a amplitude de movimento, fortalecer os músculos e recuperar os movimentos.

“Um dos pontos mais importantes da fisioterapia é ensinar o paciente a manter uma posição neutra nos punhos durante o dia e durante o sono. Muitas vezes, é recomendado o uso de talas para ajudar a encontrar essa neutralidade”, diz Walkiria.

O paciente também é aconselhado a diminuir os movimentos repetitivos com as mãos e realizar alongamentos e exercícios todos os dias. O médico também pode prescrever medicamentos para redução da dor. Em alguns casos, porém, somente uma cirurgia pode aliviar a compressão do nervo.

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