Estudos apresentam novos tratamentos para a doença que causa calvície

A alopecia, mais conhecida como calvície, é uma doença relativamente frequente na população e causa perda parcial ou completa dos fios de cabelo, podendo ter sua causa ligada aos mais diversos fatores. “Por exemplo, a chamada alopecia areata está relacionada a genética e a participação autoimune do organismo, que ataca e destrói, por engano, as estruturas que formam os fios, causando falhas circulares sem pelos no couro cabeludo, barba e púbis”, explica a dermatologista Dra. Valéria Marcondes, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da American Academy of Dermatology (AAD). “Já a alopecia androgenética também está ligada a fatores genéticos e hormonais, onde os hormônios masculinos, principalmente a testosterona, produzem uma inibição do crescimento do pelo. Apesar disso, esse tipo da doença também afeta as mulheres e leva ao crescimento de fios cada vez mais finos até a interrupção completa do crescimento.”

Por estar diretamente ligada a genética, a alopecia não pode ser prevenida, mas alguns fatores como a menopausa, a suplementação de hormônios masculinos, má alimentação, traumas e estresse podem acelerar e piorar o problema. “Quanto ao tratamento, este pode variar de acordo com a gravidade da queda capilar e sua causa. Normalmente, visam controlar a doença, reduzir as falhas e evitar que novas apareçam através de medicamentos orais, como bloqueadores de hormônios, e medicamentos tópicos, como o minoxidil. Em casos mais graves, pode-se optar também por um transplante capilar”, afirma a especialista. Mas é preciso entender que a doença não tem cura definitiva, logo o tratamento deve ser continuo e com uma rotina de cuidados regrada para que haja uma melhora significativa.

Porém, segundo a dermatologista, novas opções de tratamento para a alopecia já estão a caminho. Como mostrado durante o Congresso Anual Americano de Dermatologia, que aconteceu em fevereiro nos Estados Unidos, o folículo capilar tem as mais rápidas células de renovação do organismo, além de conter células-tronco para a pele, cabelo e gordura facilmente disponíveis para análise, tornando-o facilmente acessível para estudo. “Recentemente foi descoberto que a proteína Prostaglandina D2 (PGD2) está presente em níveis altos em pessoas com calvície, principalmente se comparado a pessoas que não sofrem com o problema. Logo, ensaios clínicos mostraram que inibir a PGD2 de se ligar com seu receptor em folículos capilares pode reverter a alopecia”, afirma.

A bioestimulação através da injeção de plasma rico em plaquetas (PRP) também se mostrou promissora para o tratamento da doença, tanto em ensaios clínicos como no uso clínico cotidiano. Isso porque este material, obtido a partir de amostras de sangue e injetado no couro cabeludo, atua reativando as células mortas e estimulando o crescimento do cabelo na área. “A terapia com laser de baixa potência também ajuda na melhora do crescimento do cabelo, pois estimula os caminhos sinalizadores da proteína Wnt, essencial para o crescimento dos fios e a produção dos pigmentos neles presente”, afirma a Dra. Valéria Marcondes. “Além desses tratamentos, pelo menos oito ensaios clínicos para a alopecia estão em andamentos e vários outros estão na fase pré-clínica, como, por exemplo, um antiandrógeno tópico, que tem como papel a diminuição dos hormônios masculinos.”

Fonte: Dra. Valéria Marcondes – Dermatologista da Clínica de Dermatologia Valéria Marcondes, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia com título de especialista e da Academia Americana de Dermatologia. Foi fundadora e é membro da Sociedade de Laser. www.valeriamarcondes.com.br

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