Presidente do IEP fala dos perigos dos prédios abandonados em Curitiba

A tragédia causada pelo incêndio no edifício Wilton Paes de Almeida na região central de São Paulo e que resultou no desabamento do prédio na madrugada de terça-feira, 1º de maio, foi causado por um curto-circuito em uma tomada no quinto andar do edifício de acordo com o depoimento de uma sobrevivente à polícia.  O triste fato levantou diversas discussões com respeito às ameaças que estas edificações abandonadas trazem nos grandes centros urbanos como incêndios e desmoronamentos.

 

Para o Presidente do Instituto de Engenharia do Paraná – IEP, José Rodolfo Lacerda, há uma necessidade urgente de reorganizar as cidades no que diz respeito às obras em edifícios altos – principalmente aqueles que se encontram abandonados:

“Os prédios não podem ser invadidos pois, quando eles são abandonados, tudo o que havia lá é retirado.  Não há abastecimento de água, de força elétrica, de gás e consequentemente os invasores fazem o famoso ‘gato’, que são as conexões sem nenhuma segurança para ter luz na parte de dentro. Como não há nenhum projeto seguro, acontece este tipo de situação e em pleno século XXI estamos assistindo estas tragédias.” explica o presidente do IEP.

 

Capital Paranaense também tem riscos

Assim como em muitas grandes cidades do mundo, Curitiba tem alguns edifícios abandonados principalmente no centro, sem estrutura alguma e expostos à ação do tempo e constantemente invadidos por moradores de rua que usam o esqueleto das construções como moradia, sem nenhuma manutenção.  Lacerda explica que esta situação representa riscos reais se não forem sanados imediatamente:

“O mesmo problema que ocorreu em São Paulo pode ocorrer em Curitiba. Quando chega o inverno, os ocupantes destes edifícios abandonados precisam se esquentar e acendem fogueiras com papel usado, jornais velhos e até mesmo com botijões de gás sem nenhuma segurança na parte interna. Não há um sistema de combate á incêndio, nem saídas de emergência com segurança. Este incêndio pode evoluir para algo gravíssimo “.

O presidente do IEP reforça ainda que quando o edifício é histórico e tombado, a responsabilidade é do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, que precisa encontrar mecenas ou empresas que se prestem à recuperação desses imóveis para evitar que a memória urbana da cidade acabe em cinzas: “No ano passado, por exemplo, houve um incêndio no histórico Palácio Belvedere, localizado na praça do Alto São Francisco, por inépcia do poder público. ” lembra José Rodolfo Lacerda.

 

O que fazer em caso de suspeita de perigo?
A Secretaria Municipal de Urbanismo de Curitiba não possui um levantamento com o número de edifícios abandonados em Curitiba, mas a Prefeitura afirmou que o perigo de desmoronamento tal qual aconteceu em São Paulo está descartado uma vez que a capital paranaense não possui nenhum estrutura abandonada com as mesmas características e condições do edifício que desmoronou. No entanto, qualquer pessoa que detectar algum edifício que ofereça riscos pode entrar em contato com a Secretaria através da Central 156.

Foto: pxhere


Sobre o IEP
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Fonte: KAKOI Comunicação
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