Enquanto chefes de Estado de todo o mundo chegavam a Paris para a 21ª Conferência do Clima da ONU, a COP21, que inicia oficialmente nessa segunda-feira, 30, ativistas de todo o mundo saíram às ruas para fortalecer o pedido único de respeito e atenção aos problemas climáticos e ambientais. Em Curitiba não foi diferente. O movimento iniciou logo nas primeiras horas da manhã, com a Bicicletada Climática Global, promovida pela 350.org Brasil, a Coalizão Não Fracking Brasil. Aos poucos juntaram-se ao grupo os integrantes da “Marcha Mundial pelo Clima”, que caminharam entre as Praças 19 de Dezembro e Nossa Senhora da Salete.
Motoristas que passavam pelo local apoiavam o movimento dando espaço para o grupo passar e promovendo um buzinaço. O evento foi acompanhado pela equipe da agência internacional de jornalismo Reuters e suas imagens serão anexadas a de movimentos similares em todo o mundo e transmitidas durante a apresentação oficial dos líderes da COP21.
Após a Marcha e Bicicletada pelo Clima, os ativistas uniram-se em torno da Assembléia Popular Climática, na Praça Nossa Senhora de Salete. “Lutamos pelo fim da exploração dos combustíveis fósseis com transição para fontes limpas e transformação do atual modelo agropecuário que, além de ser responsável por altíssimas emissões de CO2, também se funda na exploração predatória dos recursos hídricos e supressão das florestas e biomas brasileiros”, aponta Ricardo Leining, do grupo Curitiba pelo Clima.
O principal emblema do grupo é “não estamos lutando pela natureza. Somos a natureza se defendendo a si mesma”, complementa.
NoFracking
Com forte presença no evento deste domingo, integrantes do movimento “NãoFrackingBrasil” mostram a sua preocupação com o desmatamento e a exploração desenfreada dos recursos naturais no país, que impacta diretamente nos fatores climáticos. “O fraturamento hidráulico, também conhecido com “Fracking”, é utilizado para realizar perfurações e extração de gás, o chamado gás xisto, ou gás de folhelho, em inglês chamado de shale gas” explica o engenheiro Juliano Bueno de Araújo, coordenador da COEUS, Coalizão Não Fracking Brasil.
Foram lembradas pelos manifestantes tragédias como o rompimento da barreira de Mariana e a Rodada 12, na qual a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, ANP, sem abrir consulta para a sociedade civil ou mesmo ter comprovação científica da segurança de uma tecnologia como o Fracking, ofereceu para leilão em 28 de novembro de 2013, 240 blocos localizados nos principais aquíferos brasileiros, como o Guarani, Bauru, Acre, Parecis, Parnaíba e Urucuaia. Eles pedem que a nossa presidente aproveite a participação na COP21 e lute pela recuperação de nossas bacias e aquíferos naturais.
O grupo do Movimento pelo Clima volta a se reunir em Curitiba nessa segunda-feira, 30, das 17h às 19h30, com a exibição de filmes e debates no
Bicicletaria Cultural, na Rua Presidente Faria, 226, Centro. Entrata gratuita, com inscrição em: curitibapeloclima.wordpress.com.
Links dos movimentos sociais:
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Crédito das fotos: Samuel Costa
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