Melasma: atenção aos sinais é necessária para não haver a piora do quadro da doença

Caracterizado por manchas escuras no rosto, principalmente no centro da testa, sobre a sobrancelha, ponte do nariz, queixo, lábio superior e bochechas, podendo chegar até a linha da mandíbula, o melasma é uma dermatose crônica que atinge, em sua maioria, mulheres e pessoas com a pele escura. “O melasma ocorre quando os melanócitos produzem melanina em excesso, o que leva a hiperpigmentação da pele e, consequentemente, às manchas. Porém, a doença ainda não tem uma causa definida, estando ligada ao uso de contraceptivos orais, mudanças hormonais, gravidez e a exposição aos raios UV e à luz visível”, explica a dermatologista Dra. Valéria Marcondes, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da American Academy of Dermatology (AAD).

Segundo a especialista, o diagnóstico é indicado através de exame clínico dermatológico e deve ser preciso para um tratamento eficaz. Caso contrário, pode ocorrer a piora do quadro da doença. “O melasma pode ser confundido com outros distúrbios pigmentantes da face, por isso é importante prestar atenção nas manchas. Por exemplo, não é caracterizado como melasma se as manchas se formarem na lateral da testa, nas pálpebras, na ponta do nariz, nas cavidades nasais, na orelha ou se tiverem bordas retas e simétricas”, destaca.

Apesar de benigno, o melasma pode causar grande desconforto em quem o tem, afetando assim a autoestima e a qualidade de vida da pessoa, por isso a importância de seu tratamento. Porém, o melasma não tem cura, havendo momentos de melhora e pior. “O tratamento da doença é voltado para promover a melhora e a prevenção das manchas. Além disso, o tratamento deve ser contínuo, pois o controle das manchas vai depender do paciente seguir religiosamente as recomendações do dermatologista”, alerta a dermatologista.

A questão da fotoproteção é o principal fator tanto para prevenção quanto para o tratamento do melasma, sendo assim indispensável. A especialista recomenda o uso diário de filtros solares com no mínimo FPS 30 e índice de PPD equivalente a pelo menos um terço do valor do FPS. Este deve ser reaplicado a cada duas horas e precisa conter ativos como dióxido de titânio e óxido de zinco, que formam uma proteção física contra os raios ultravioletas. “Conforme mostrado durante o Congresso Anual Americano de Dermatologia, novas pesquisas sugerem que o uso de ácido tranexâmico oral combinado ao fotoprotetor contendo óxido de ferro é altamente efetivo, pois o ácido tranexâmico trata o componente vascular do melasma. Este tratamento requer tomar o ácido duas vezes ao dia durante três meses”, afirma a médica.

De acordo com a Dra. Valéria Marcondes, outros métodos como a aplicação tópica de hidroquinona, o creme de combinação tripla (composto por acetonido de triancinolona, hidroquinona e tretinoína), laser de ND:YAG e injeções de ácido tranexâmico também são eficazes no tratamento do melasma. “É recomendável também interromper a pílula anticoncepcional devido ao estrogênio. Porém, o mais importante é que você consulte regularmente um dermatologista, pois apenas ele poderá receitar o melhor tratamento para cada diagnóstico”, finaliza.

Fonte: Dra. Valéria Marcondes – Dermatologista da Clínica de Dermatologia Valéria Marcondes, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia com título de especialista e da Academia Americana de Dermatologia. Foi fundadora e é membro da Sociedade de Laser. www.valeriamarcondes.com.br

maria.claudia@holdingcomunicacoes.com.br