Câncer de olho: raro e perigoso

O Dia Mundial de Combate ao Câncer é comemorado anualmente dia 08 de abril. A data tem a intenção de conscientizar a população sobre os cuidados de prevenção da doença, que afeta mais de 15 milhões de pessoas no mundo. Neste cenário, a saúde dos olhos também deve ser levada em consideração. Raro, mas ainda assim perigoso, o câncer de olho reduz a capacidade visual e na maioria dos casos tem como sintomas gerais dor nos olhos e sombras na visão.

Há duas formas mais comuns de tumores primários dos olhos: o Melanoma, que consiste em um tumor maligno que pode atingir desde a pálpebra até a coróide (camada interna responsável pela circulação de sangue e nutrição da retina); e o Retinoblastoma, que é mais frequente em crianças. Os dois tipos podem acarretar a perda total da visão e, se não tratado a tempo, levar à morte.

Em adultos, a maioria dos tumores oculares é oriunda de outras partes do corpo, como pulmão, mama, próstata, e se espalham pelo organismo por meio da corrente sanguínea, chegando até a região dos olhos, onde as células se instalam e se proliferam. De acordo com o oftalmologista do Hospital da Visão de Toledo, Gláucio Bressanim, a melhor maneira de prevenir a doença é realizar consultas e exames de rotina. “Assim as chances de detectar os tumores são maiores e de cura também, já que o tratamento da doença em fase inicial é mais eficiente”.

Melanoma

Este é o tipo de câncer ocular mais comum em adultos, principalmente pessoas entre 45 e 60 anos. Pode acontecer tanto na úvea, parte interna do globo ocular, quanto na área da conjuntiva, a membrana que recobre a parte branca dos olhos e a superfície interna das pálpebras. “Este tipo geralmente não apresenta sintomas nas fases iniciais, sendo perceptível pelo paciente geralmente nas fases mais avançadas”, diz o especialista.

O diagnóstico da doença pode ser feito através de exames que mapeiam a retina e a ultrassonografia. “Ainda que não sejam visíveis, o melanoma pode apresentar sintomas de flashes luminosos e acarretar a perda parcial ou total da visão. Até 50% dos casos também podem se disseminar para outros órgãos do corpo, caracterizando a metástase”.

O tratamento deste tipo é individualizado e conforme o nível da doença. “Pode ser através de placas radioativas (braquiterapia), termoterapia transpupilar e a remoção do globo ocular, além da quimioterapia e imunoterapia”, salienta Dr. Gláucio Bressanim.

O profissional ainda chama a atenção para que o indivíduo não confunda os sinais do câncer com os sinais de envelhecimento. “Por exemplo, podem aparecer manchas nos olhos com o avançar da idade. Então é importante que a pessoa faça exames rotineiros para que não confunda os sintomas da doença com os sinais do envelhecimento. Quanto mais cedo é diagnosticada a doença, mais fácil é de tratar”.

Retinoblastoma

O Retinoblastoma é o tumor maligno que pode se manifestar principalmente em criança desde o nascimento até os cinco anos de idade. Ele tem origem a partir das células da retina, que é a membrana do olho sensível a luz. “Em 25% dos casos pode ter causa hereditária e comprometer os dois olhos”, explica Bressanim.

O sinal mais perceptível da doença é a branquidão da pupila ao tirar uma foto. “Quando a luz do flash da câmera bate nos olhos, a pupila fica branca, sendo este o reflexo da luz sobre a superfície do tumor”, diz o especialista.

Assim como em todos os tipos da doença, o tratamento é mais eficaz quando diagnosticada precocemente. “A obrigatoriedade do teste do olhinho ainda na maternidade trouxe grande avanço no diagnóstico precoce da doença. O pediatra deve recomendar o exame de fundo de olho para o diagnóstico definitivo”, comenta o oftalmologista. Dentre os tratamentos está a terapia local com laser, em casos de tumores menores. Já os tumores maiores são geralmente tratados a partir da braquiterapia, quimioterapia e até mesmo a remoção do globo ocular.

Hospital da Visão de Toledo

O Hospital da Visão de Toledo (HVT) oferece atendimento em oftalmologia geral, clínico e cirúrgico, com ênfase em cirurgia do segmento anterior, como catarata, e alguns procedimentos do segmento posterior do olho, como aplicações de medicamentos e fotocoagulação a laser. A unidade médica conta com três oftalmologistas independentes e atende de forma particular e/ou por meio de convênios, como UNIMED, SerPrati e o Sistema Nacional de Atendimento Médico (Sinam).

Sobre Doutor Gláucio Bressanim

Gláucio Bressanim é graduado em Medicina pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), onde também fez residência entre 2004 e 2007. É especialista em inflamação intraocular (Uveíte) pela Escola Paulista de Medicina (UNIFESP) e em Retina e Vítreo pela Universidade de São Paulo (USP). Atua no Instituto da Visão de Cascavel desde 2009 e desde 2011 atende também no Hospital da Visão de Toledo.

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