Além de cuidarem da própria saúde, as gestantes redobram a atenção para que a gestação seja saudável, permitindo assim o bom desenvolvimento do bebê. Para tanto, especialistas alertam que o controle vacinal é uma das principais medidas e ressaltam que o planejamento para uma gravidez pode contribuir ainda mais nesta questão. Na contramão desta orientação, dados do Ministério da Saúde apontam queda na cobertura vacinal de diversas vacinas neste público.
– O Calendário Nacional de Vacinação do Sistema Único de Saúde deve ser aderido, independente da fase da vida. Mas, na gestação há algumas vacinas que se tornam imprescindíveis, como contra caxumba e a hepatite B. A partir da vacinação, a gestante transfere para o bebê, pela placenta e no aleitamento materno, anticorpos que contribuem na imunização. O que é essencial, pois nos primeiros meses o sistema imunológico da criança ainda está sendo fortalecido – destaca Dra. Isabel Tavares, infectologista do Hospital Caxias D’Or.
Desde que sejam seguidas as orientações do obstetra, as vacinas para gestantes são seguras e não causam problemas por serem constituídas com vírus inativado, ou ativo atenuado. Este é o caso da vacina contra febre amarela, indicada para gestantes de cidades com incidência de circulação do vírus com casos confirmados da doença, desde que com validação do especialista que acompanha o pré-natal.
– Na gravidez, as mulheres tendem a ficar com o sistema imunológico comprometido, portanto, devem evitar algumas vacinas, que podem gerar comprometimentos ao bebê. Por exemplo, a indicação é que a vacina contra a rubéola seja tomada três meses antes da gestação. Embora não tenham comprovações de danos caso seja administrada durante este período, há casos em que a ocorrência da rubéola na gestante pode resultar em alteração na audição e visão, e comprometimentos neurológicos. Contudo, é preciso ressaltar que antes de se submeter a qualquer imunização ou medicação, a gestante deve ponderar com seu obstetra os riscos e benefícios – esclarece Dr. Jair Braga, coordenador da maternidade e obstetra do Hospital Caxias D’Or.
O Programa Nacional de Imunizações (PNI), do SUS, oferta quatro vacinas para gestantes: dTpa (difteria, tétano e coqueluche); dT (difteria e tétano); hepatite B; e influenza, esta última ofertada durante campanhas anuais. Ainda assim, em 2017, apenas 38,5% das gestantes foram imunizadas com a vacina dTpa (difteria, tétano e coqueluche), exclusiva para gestantes, enquanto a meta era atingir 95% do público-alvo.
mariana.brandao