Junho é o Mês Mundial de Conscientização da Infertilidade

A infertilidade atinge cerca de um a cada dez casais em idade fértil no Brasil e estima-se que aproximadamente dois milhões de casais venham a apresentar algum tipo de dificuldade ao longo de suas vidas reprodutivas. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), ela atinge aproximadamente 15% da população mundial.

O distúrbio não deve ser motivo para que casais desistam do sonho de gerar um filho. Por isso, junho é tão importante e foi escolhido como o Mês Mundial de Conscientização da Infertilidade. Ainda, nem sempre a gravidez tão desejada não ocorre somente por causa da mulher, bem como a infertilidade não deve ser confundida com a incapacidade de concepção.

Em geral, as causas da infertilidade começam a ser investigadas após 12 meses de tentativas sem o uso de qualquer método contraceptivo. Se a mulher tem mais de 35 anos, o prazo para a investigação diminui para seis meses de tentativas de forma natural, já que a partir dessa idade a capacidade reprodutiva da mulher vai diminuindo progressivamente. Em 20% dos casos, os fatores devem-se à infertilidade do casal, do homem e da mulher simultaneamente. Em 40% dos casos a causa de infertilidade está somente no homem e nos outros 40% na mulher.

Dos casais que buscam entender quais as causas da infertilidade, existe uma parcela que não consegue encontrar uma razão específica. Essa situação é também chamada de ‘Infertilidade Sem Causa Aparente’ e seu diagnóstico se dá após o casal passar por diversos exames com resultados normais, ou seja, que não possuam alterações orgânicas ou fisiológicas que justifiquem a falta de sucesso para engravidar.

“Vários motivos ocasionam a infertilidade. Nas mulheres, os mais comuns são a síndrome do ovário policístico, a baixa reserva de óvulos, a endometriose e a obstrução nas trompas. Já nos homens, varicocele (dilatação das veias que drenam o sangue dos testículos, também chamada de varizes das veias testiculares), distúrbios hormonais e infecções que possam causar alterações nos espermatozoides, além da própria vasectomia, são considerados fatores. Pessoas com histórico de infertilidade na família ou que precisaram fazer quimioterapia ou radioterapia também têm um risco maior de ter perda na fertilidade”, diz Dra. Claudia Gomes Padilla, médica especialista em reprodução humana do Grupo Huntington.

Diante dos avanços da medicina, a infertilidade pode ser revertida ou contornada para se concretizar o sonho de ter filhos. O melhor caminho é encontrar profissionais qualificados, investigar as possíveis causas com individualização e cuidado e fazer o tratamento adequado, que varia caso a caso e considerando as particularidades de cada casal.

Existem diversas técnicas e procedimentos disponíveis para o tratamento da infertilidade, como indução da ovulação, inseminação artificial ou fertilização in vitro, além do ICSI (técnica chamada de injeção intracitoplasmática de espermatozoide em que um único espermatozoide especialmente selecionado é injetado em cada óvulo disponível), ovodoação e congelamento de óvulos ou embriões (criopreservação).

“É preciso confiar em seu médico e entender qual o tipo de tratamento mais adequado a ser realizado. Ainda, ser mãe ou pai é uma questão muito sensível para algumas pessoas. O acompanhamento psicológico pode favorecer o tratamento de reprodução assistida, uma vez que ansiedade e estresse podem contribuir para o comprometimento da fertilidade de homens e mulheres, ainda que não seja o fator principal na maioria das vezes. O equilíbrio emocional do casal pode trazer ferramentas para trilhar esse momento da vida e aumentar as chances de sucesso dos tratamentos”, finaliza Dra. Claudia.

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