Doenças infecciosas e metabólicas podem ser causas para a surdez

A exposição excessiva a certos ruídos pode ser um dos fatores de risco para a surdez, mas além disso há outras causas para a perda de audição. É o que explica o otorrinolaringologista do Hospital Otorrinos Curitiba Neilor Fanckin Bueno Mendes.

“Temos diversas doenças que podem causar perda de audição, tais como doenças infecciosas agudas por vírus e bactérias, infecções crônicas associadas à presença de tumores, doenças metabólicas como diabetes e hipertensão, e também, em menor frequência, as doenças autoimunes”, esclareceu o especialista.

Veja também:

:: Entrevista: dr. Vinicius Ribas Fonseca fala sobre as doenças de inverno

:: Entrevista: otorrino fala sobre perfuração do tímpano

:: Tire suas dúvidas sobre cirurgia no nariz

perda-auditiva-doenças-tumores-surdez-otorrinos-curitiba
Infecções, doenças metabólicas ou tumores podem ser causas da surdez.

Embora sejam constatados casos de crianças que nascem com perda auditiva, é mais comum a perda auditiva adquirida ao longo da vida. Segundo Neilor, existe uma condição clínica (doença) chamada surdez súbita, que é diferente de uma perda súbita da audição.

“Uma perda súbita da audição pode ser causada, por exemplo, por uma rolha de cerume; já a doença surdez súbita, que na maioria dos casos é unilateral, tem outras causas, como infecções, doenças metabólicas ou até mesmo tumores”, comentou.

Fone de ouvido: vilão
Os fones de ouvido são um dos vilões da perda auditiva, e que muitas vezes passam despercebidos pelos mais jovens. “O fone de ouvido tem sido um vilão cada vez mais presente, porém os problemas causados pelo seu mau uso tendem a aparecer alguns anos mais tarde, o que faz com que os jovens não percebam a gravidade do uso incorreto deste aparelho”, explica o otorrino.

causas-surdez-fone-ouvido-otorrinos-curitiba
Quando utilizar o fone de ouvido, a dica é fazer o ‘repouso auditivo’.

“Por isso”, acrescenta Neilor, “a dica é seu uso consciente, em volume médio, evitando ficar por horas com o fone sem dar um descanso. Aconselhamos uma espécie de ‘repouso auditivo’: 15 minutos de descanso a cada 1h utilizando o fone, evitando, assim, possíveis lesões”, acrescentou.

Diagnóstico
O médico otorrinolaringologista é o profissional que vai avaliar a perda auditiva. A primeira coisa a ser feita é uma otoscopia (exame do ouvido) para descartar outras causas de perda de audição como rolha de cera, catarro atrás do tímpano, entre outros. Após o exame deve ser realizada uma audiometria para avaliar o tipo da perda e, a partir do resultado, ver a necessidade de outros exames.

Ajuda médica
Caso o paciente perceba certa diminuição na audição, é bom procurar a ajuda de um especialista o quanto antes. De acordo com o médico, a principal urgência não é nem tanto para evitar que a doença evolua, mas sim para iniciar o tratamento o mais rápido possível.

“Para cada causa, um tratamento. E é importante salientar que há algumas causas de surdez súbita onde o início precoce do tratamento aumenta e muito a chance de recuperarmos a audição do paciente”, resume Neilor.

 

Diretor Técnico: Dr. Ian Selonke CRM-PR 19141 | Otorrinolaringologia