Acupuntura associada à reprodução assistida pode dobrar as chances de gravidez

A decisão de ter um filho tem sido tomada cada vez mais tarde, um fator que reduz de maneira significativa as possibilidades de uma gestação natural. Segundo levantamento do IBGE, gestações entre 30 e 39 anos aumentaram de 22,5% para 30,8%.  Por essa razão, também tem sido comum casais recorreram às clínicas de reprodução assistida para engravidar através do de tratamento de fertilização in vitro (FIV).

Um estudo realizado por cientistas do Homerton University Hospital e apresentado no European Society for Human Reproduction and Embriology em Helsinki, Finlândia, acompanhou 127 mulheres com idade entre 23 e 43 anos, no seu primeiro ou segundo ciclo de FIV. Elas foram separadas em dois grupos, um deles recebeu quatro sessões de acupuntura simultaneamente ao tratamento de FIV, enquanto o outro grupo somente fez o tratamento de FIV sem se submeter a acupuntura. Do grupo que fez acupuntura 46,2% das mulheres engravidaram enquanto apenas 21.7% das mulheres do outro grupo conseguiram.

No tratamento da fertilidade, a acupuntura atua harmonizando e equilibrando a energia do corpo, com o objetivo de fortalecer o sistema imunológico, melhorar a circulação sanguínea, regular os hormônios e menstruação, aumentar a energia e reduzir o estresse.

Segundo a Dra Aniele Hayashi, primeira especialista em Curitiba no tratamento de acupuntura para fertilidade, o tratamento é individualizado e, para cada paciente, terá objetivos diferentes de acordo com a sua dificuldade em engravidar. “Quando a paciente chega na clínica com dificuldade para engravidar, os médicos buscam um diagnóstico que pode ter como causa endometriose, Síndrome do Ovário Policístico, baixa reserva ovariana, desequilíbrio hormonal ou mesmo um diagnóstico de infertilidade inexplicada”, conta a profissional, que integra o corpo clínico da Embryo – Centro de Reprodução Humana, em Curitiba.

A partir do diagnóstico é que o tratamento com as agulhas pode ser iniciado, com um protocolo que inicia preferencialmente antes e durante cada etapa da FIV, tais como a Down-Regulation, Estimulação Ovariana, Retirada dos Óvulos, Preparação do Útero e Transferência dos Embriões. “Como a maioria das pacientes começam a acupuntura após o início da FIV, elas recebem o tratamento com esse protocolo, que prevê geralmente entre 6 a 10 sessões, uma a duas vezes por semana, com exceção do dia da transferência quando são realizadas duas sessões”, conta a Dra Aniele Hayashi.

Os resultados são ainda mais favoráveis quando a acupuntura é iniciada de 2 a 3 meses antes da FIV. “Nesses casos a acupuntura é focada em melhorar a qualidade dos óvulos, atualmente uma das principais causas da dificuldade em engravidar”, explica.

Formada pela PUC-PR em Fisioterapia e pós graduada em Acupuntura, a Dra Aniele Hayashi decidiu se especializar na área de fertilidade depois de sua experiência pessoal. Ela foi diagnosticada com endometriose severa quando morava fora do país e estava tentando engravidar. “Durante meus estudos encontrei vários profissionais em Londres especializados em acupuntura para fertilidade, tratamento que fui submetida para aumentar as chances de engravidar durante meu tratamento de FIV e que permitiu realizar o meu sonho e do meu marido de ter um filho, hoje com 4 anos”, revela a profissional.

Acupuntura associada à reprodução assistida pode dobrar as chances de gravidez
Dra Aniele Hayashi é pioneira no uso da acupuntura para fertilidade em Curitiba – Foto: Divulgação