Endividamento reduz pelo 2º mês consecutivo no Paraná

Famílias de menor renda são as que mais comprometem o orçamento com dívidas

Síntese dos resultados (% em relação ao total de famílias)
Mês Paraná Nacional
Total de Endividados Com contas em atraso Sem condições de pagar Total de Endividados Com contas em atraso Sem condições de pagar
Julho de 2017 87,80% 29,80% 11,60% 60,2 25,5 9,9
Junho de 2018 89,6 29,4 10,1 58,6 23,7 9,4
Julho de 2018 88,90% 29,00% 9,40% 59,6 23,7 9,4

O endividamento baixou pelo segundo mês consecutivo no Paraná. A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), elaborada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e divulgada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR), aponta que 88,9% das famílias paranaenses estiveram endividadas em julho. No mês anterior, o nível de endividamento no estado era de 89,6%.

No cenário nacional, o percentual de famílias com dívidas alcançou 59,6% em julho, apresentando a primeira alta registrada em 2018. Apesar da queda em junho e julho, o Paraná continua no primeiro lugar do ranking nacional do endividamento.

A retomada da economia e a melhora nos números do mercado de trabalho, sobretudo no Paraná, é um fator que favorece o endividamento, porque proporciona poder de crédito, o que motiva a confiança do consumidor, que sente que pode parcelar compras e que poderá honrar esses pagamentos.

Ainda que os paranaenses sejam os mais endividados do Brasil, a parcela de famílias com contas em atraso baixou nas comparações mensal e anual e ficou em 29% no mês de julho. A inadimplência, que é o atraso superior a 90 dias, também baixou no Paraná, e passou de 39,2% em junho para 38,4% em julho. Da mesma forma, o índice de famílias que reconhecem não ter condições de pagar as contas caiu de 10,1% em junho para 9,4% no mês passado.

Diferença entre as faixas de renda

É comum o nível de endividamento ser mais elevado entre as famílias de maior poder aquisitivo. Mas em julho as famílias com renda superior a dez salários mínimos estavam ainda mais endividadas, com 94,7%, ante 91,7% em junho.

Nas famílias com renda até dez salários mínimos, observa-se queda no endividamento, que era de 89,2% em junho e baixou para 87,7% em julho. Esses dados evidenciam que as classes C, D e E estão freando os gastos, seja pela conscientização financeira ou mesmo pela redução do poder de compra. A pesquisa revela ainda que as famílias de menor renda são as que mais comprometem o orçamento com dívidas. Entre elas, 21,8% estão com mais da metade da renda vinculada ao pagamento de contas, ante 15,6% das famílias com renda superior.

Parcela da renda comprometida com dívidas (Dentre os endividados) Total Até 10 salários mínimos Mais de 10 salários mínimos
Menos de 10% 10,7% 10,7% 10,6%
De 11% a 50% 68,0% 66,8% 73,1%
Superior a 50% 20,7% 21,8% 15,6%
Não sabe / Não respondeu 0,7% 0,7% 0,6%

 

Tipos de Dívida 

O cartão de crédito permanece concentrando a maior parte das dívidas dos consumidores paranaenses, com 75,1%. O financiamento de veículos foi o segundo colocado quando o assunto é pagamento parcelado, com 8,9%. Em seguida aparece o crédito imobiliário, com 8,7%.

Tipo de dívida Total Até 10sm Mais de 10sm
cartão de crédito 75,1% 75,4% 73,8%
cheque especial 0,4% 0,4% 0,6%
cheque pré-datado 0,1% 0,1% 0,0%
crédito consignado 1,4% 1,1% 3,1%
crédito pessoal 1,8% 1,9% 1,3%
carnês 2,7% 3,1% 0,6%
financiamento de carro 8,9% 8,5% 10,6%
financiamento de casa 8,7% 8,3% 10,6%
outras dívidas 1,7% 2,0% 0,0%

karla@pr.senac.br