Uma das doenças respiratórias mais prevalentes no mundo, a asma vem recebendo cada vez mais atenção do mundo científico nas últimas décadas. Por tratar-se de uma condição inflamatória crônica, seu cenário de tratamento tem migrado dos cuidados de emergência para o tratamento diário personalizado.
A asma atinge 6,4 milhões de brasileiros adultos e é responsável por mais de 100 mil internações anuais no SUS, um importante montante de recursos públicos destinados aos tratamentos de emergência¹. Uma explicação para o grande número de hospitalizações está na baixa adesão dos pacientes ao tratamento. De acordo com um levantamento realizado com apoio da AstraZeneca, apesar de 61,9% dos pacientes utilizarem medicamentos para a asma, apenas 32,4% deles foram considerados totalmente aderentes ao tratamento, sendo que a classe de medicamentos mais utilizada, por 61,5% dos pacientes, é dos broncodilatadores de curta ação, medicamentos que aliviam os sintomas, mas não tratam a inflamação, que é a base da doença².
Segundo a Dra. Angela Honda, pneumologista e Diretora Médica Associada para Área Respiratória da AstraZeneca Brasil, apesar da asma alérgica, que se inicia na infância, ter uma alta prevalência na população, existe outra parte da população asmática que apresenta uma asma com outros tipos de características, dito fenótipos. “Entre eles, existe a asma grave eosinofílica, tipo de asma em que os eosinófilos, que são um tipo de glóbulo branco, influenciam a inflamação e na hiperresponsividade das vias aéreas, resultando em aumento da gravidade da asma e sintomas, diminuição da função pulmonar e aumento das hospitalizações e idas ao pronto socorro”, explica.
Encarando o inimigo certo
Especialistas vêm lançando um novo olhar sobre o tratamento da asma, especialmente a asma grave, considerada a variação mais crítica da doença, e que se não tratada corretamente pode levar à morte. “A asma é uma doença heterogênea, ou seja, cada tipo necessita de um tratamento específico. Com a evolução da ciência e novas descobertas da medicina, desde a última década o desenvolvimento de medicamentos imunobiológicos, que atuam na causa do processo inflamatório, estão trazendo novas perspectivas e possibilitando um tratamento mais individualizado, garantindo menos efeitos colaterais aos pacientes”, esclarece a Dra. Angela Honda.
Ainda segundo a especialista, a asma mal controlada está diretamente associada à baixa qualidade de vida do paciente e impacta diretamente em suas atividades diárias. “Pacientes asmáticos sofrem perda de produtividade no trabalho e em diversas outras atividades do dia a dia, o que faz da doença uma das mais caras ao sistema de saúde”, afirma.
Com um tratamento individualizado, a comunidade médica passa a contar com novas alternativas no combate às diversas variações da doença. Isto também traz ainda mais benefícios ao paciente, que entende como o processo inflamatório da asma manifesta-se no seu caso, ganhando mais autonomia para entender os caminhos do tratamento e, consequentemente, compreendendo o quão importante é segui-lo de acordo com a prescrição médica, para conquistar mais qualidade de vida e não aumentar os riscos de torná-la mais grave.
Referências:
¹: Ministério da Saúde: http://www.brasil.gov.br/editoria/saude/2015/01/asma-atinge-6-4-milhoes-de-brasileiros
²: Estudo “Respira: impacto da asma sobre a qualidade de vida de pacientes adultos e sobre o uso de recursos da saúde no Brasil” com dados extraídos da National Health and Wellness Survey (NHWS) de 2015, um estudo transversal com 12.000 indivíduos da população brasileira, O NHWS tem sua amostragem estratificada por gênero e idade, com posterior correção para evitar vieses de seleção de status socioeconômico. Entre o total de 11.981 entrevistados incluídos neste estudo, 4.1% (n = 494) relataram ter um diagnóstico de asma; os restantes 95,9% (n = 11,487) dos entrevistados compreendiam o grupo de controle não-asmático. Os questionários SF36v2, Teste de Controle da Asma (ACT) e Work Productivity and Activity Impairment General Health (WPAI-GH) foram utilizados para a avaliação da QVRS, do controle de asma e da produtividade laborativa, respectivamente. A escala de Morisky, Green e Levine foi utilizada para avaliar adesão ao tratamento.
³: Jornal Brasileiro de Pneumologia: Impacto da asma no Brasil: análise longitudinal de dados extraídos de um banco de dados governamental brasileiro. 2017. Disponível em:http://www.scielo.br/pdf/jbpneu/v43n3/pt_1806-3713-jbpneu-43-03-00163.pdf
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(lucas.souza