CiaSenhas de Teatro em: São Francisco Deu Pra Noix!

CiaSenhas de Teatro em: São Francisco Deu Pra Noix!

Durante 10 anos a CiaSenhas de Tetro teve sua sede na rua São Francisco – no centro histórico de Curitiba. Foram anos intensos cheio de encontros e arte. Neste momento nos despedimos do espaço que nos acolheu. Isso se dá por dois motivos principais: falta de recursos, no momento, para responder às despesas de manutenção do espaço e também pela necessidade de encontrarmos um lugar mais adequado para as atividades que desenvolvemos e outras que desejamos iniciar.

Sendo assim, nos despediremos da Rua São Francisco realizando o projeto São Francisco deu pra noix. A programação contempla apresentações de dois espetáculos que nasceram e fizeram temporadas na sede: Os Pálidos (de 26 a 29 de setembro) e O homem Piano – um instalação para a memória ( de 17 a 20 de outubro), sempre as 20hrs. Os ingressos serão distribuídos no sistema “pague quanto quiser” e a arrecadação da bilheteria irá contribuir para as despesas de mudança.

Programamos também um bazar bota-fora no dia 28 de outubro a partir das 15h com apresentações artísticas de artistas da cidade. Já temos confirmadas as presenças dos músicos Léo Fressato, Luciano Faccini e Melina Mulazani e Tato Criação Cênicas com Emiliano – teatro em miniatura.

Assim finalizamos o processo de despedida da Senhas da Rua São Francisco: festejando, promovendo encontros e agradecendo a todos que estiveram conosco durante o período em que a Companhia esteve sediada neste espaço.

 

SOBRE AS PEÇAS:

OS PÁLIDOS

O espetáculoOs Pálidos foi criado a partir de dois polos: a relação com o espectador (já experimentada em outros trabalhos do grupo) e a reflexão sobre estados de inércia, paralização e anestesia em um ato urgente de pensar o mundo e a cena.

Os Pálidos tem como ponto de partida dois clássicos de Luis Buñuel: O Anjo Exterminador e O Discreto Chame da Burguesia.

A peça, com texto e direção de Sueli Araujo, acontece em dois ambientes simultaneamente, dividindo a plateia, mas mantendo uma conexão permanente entre os espaços e com “os públicos”. Em cena, ao invés de personagens tradicionais, os atores exploram vozes contraditórias, visões de mundo e formas de pensamento e conduta que tentam forjar uma atitude, construir um gesto que faça a diferença no mundo. Porém, são seres paralisados, medicados e em estado de absoluta suspensão. Em dissonância a este estado das coisas, a cena é revestida com diversos tipos de plantas, investindo na possibilidade de percepção da vida para além da quase morte e apatia das figuras da montagem.

Ao mesmo tempo em que o espetáculo aciona um tipo de humor desestabilizante e estabelece pontos de relação com o espectador, cria espaços de discussão sobre criação de condições de sobrevivência e de formas de estar junto. São situações em que um tipo de micropolítica está sugerida.

Em Os pálidos, artistas e público, buscam saídas e entradas em um jogo potente de presença. Trabalha com a ideia de que, segundo Eliane Brum: estamos “Esvaziados de ilusões e de formas, aquele que precisa construir um rosto tem medo. Em vez de disputar democraticamente, o que dá trabalho e envolve perdas, prefere o caminho preguiçoso da adesão. E adere àquele que grita, saliva, vocifera, confundindo oportunismo com força, berro com verdade.” É sobre o contexto atual que vivemos e sobre escolhas.

 

HOMEM PIANO – uma instalação para a memória

Neste espetáculo-instalação, ator e público compartilham o espaço-tempo do aqui e agora e, tecem juntos, a memória de um homem cuja história se constrói a partir de esquecimentos e lembranças coletivas.

O trabalho foi iniciado em 2008 no projeto “Narrativas Urbanas – interferências e contaminações”, no qual os atores investigavam fatos reais com repercussão na mídia. O ator Luiz Bertazzo pesquisou possibilidades de levar à cena a angústia de um Homem que perdeu a memória, viveu a ausência de identidade e começou a se comunicar com o mundo através do piano.

A pesquisa se transformou em espetáculo contemplado pelo prêmio Myriam Muniz. Em seu formato final, Homem Piano – uma instalação para a memória, propõe a experiência da construção de memórias entre público e ator num espaço/instalação em que teatro, ficção e realidade se misturam. O público é conduzido pelo ator por três andares. No percurso ele é convidado a recordar suas memórias mais felizes ou tristes e se quiser, ao final, poderá doá-las ao personagem.

Neste trabalho a experiência da recuperação das memórias contempla a construção do ontem que reverbera no hoje e nos projeta para o amanhã. No movimento entre lembrar ou esquecer sugerido no trajeto do espetáculo surgem questionamentos e inquietações silenciosas:“Devo lembrar ou esquecer do afeto que me causa saudade, lembrar ou esquecer daquela humilhação inconfessável?”.

 

SERVIÇO

São Francisco deu pra noix

 

OS PÁLIDOS:

Sede CiaSenhas (Rua São Francisco, 35)

de 26 a 29 de setembro de 2018, às 20h00

Ingressos: Pague quanto quiser

 

O HOMEM PIANO – UMA INSTALAÇÃO PARA MEMÓRIA

Sede CiaSenhas (Rua São Francisco, 35)

de 17 a 20 de outubro de 2018, às 20h

Ingressos: Pague quanto quiser

 

BAZAR BOTA FOTA 

Sede CiaSenhas (Rua São Francisco, 35)

28 de outubro de 2018, 15h

Entrada Franca