Congresso em Foz do Iguaçu traz debate sobre emergência em oncologia pediátrica e a conduta em UTI

Discutir aspectos atuais relacionados ao câncer da criança e adolescente é o grande objetivo do XVI Congresso de Oncologia Pediátrica. O evento, que é organizado pela Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (SOBOPE), tem a expectativa de reunir aproximadamente mil congressistas das mais variadas especialidades, com o intuito de potencializar a chance de cura da doença no Brasil, visto que os índices de sobrevida no País ainda estão abaixo do esperado. O encontro acontece entre os dias 3 e 5 de outubro no Centro de Convenções Recanto Cataratas, em Foz do Iguaçu.

Um dos destaques na programação é “Emergências em Oncologia Pediátrica – Condutas em UTI”,
Para a manutenção da sobrevida do paciente oncológico, o suporte da terapia intensiva pediátrica é necessário às crianças de modo a adquirir chances para superar a fase mais aguda da doença. Além disso, a integração entre médicos intensivistas, pediatras, oncologistas e equipe multidisciplinar se torna cada vez mais necessária para o desfecho satisfatório do paciente.

Fabíola La Torre, médica intensivista e infectologista pediátrica, foi diretora de uma UTI pediátrica oncológica por 12 anos e é membro da SOBOPE, explica que a sessão contemplando Terapia de Suporte, durante o SOBOPE 2018, é um grande passo com uma visão preventiva do paciente, visando o seu bom desfecho, tendo em vista que o tratamento de suporte do paciente oncológico muitas vezes irá iniciar fora da UTI. “Diante disso, escolhemos temas que são o nosso dia a dia e cuja intervenção e conhecimento precoces mudarão o prognóstico do nosso paciente”.

Ela aponta que a UTI pediátrica oncológica mudou a história natural das doenças e das crianças em estado crítico que, antes, eram fadadas ao óbito sem tal suporte. Na Unidade de Terapia Intensiva é possível encontrar casos que, por todos os indicadores, índices de mortalidade e gravidade, apresentam um prognóstico sombrio, mas que surpreendentemente é possível se deparar com o paradoxo da resolução clínica improvável.
“Em uma UTI pediátrica oncológica um minuto pode ser um segundo. Hoje, temos que ter uma visão multidisciplinar dentro da UTI focando a qualidade de vida do paciente. Infelizmente, não temos uma especialização em UTI pediátrica oncológica e poucos médicos estão aptos para tal função. Diante disso, a necessidade desses temas cada vez mais difundidos”.

AVC em crianças
Outro assunto que será abordado diz respeito aos acidentes vasculares cerebrais (AVC) nas crianças em tratamento oncológico. O AVC pediátrico é encarado pela população e até mesmo entre os pediatras como um evento muito raro. No entanto, o AVC em idade pediátrica constitui uma questão importante, sobre a qual persistem dúvidas relativas ao seu diagnóstico, terapêutica e orientação.

Nos EUA, o AVC pediátrico está entre as dez primeiras causas de morte em crianças. O paciente oncológico apresenta vários fatores de risco para AVC. O diagnóstico precoce do acidente vascular encefálico (AVE) em pediatria é fundamental, e é importante que os pediatras estejam atentos à falta de especificidade dos sintomas para evitar sequelas e com isso melhorar a qualidade de vida dos pacientes acometidos.

raquelribeiro@rspress.com.br