Diagnóstico precoce pode reduzir impactos de doenças pulmonares crônicas

O envelhecimento da população em todo o mundo leva a várias mudanças na sociedade, como alterações no perfil de doenças que atingem as pessoas. Se antes a incidência de doenças infecciosas era maior, hoje, com uma população mais velha, é preciso dar atenção especial para as condições crônicasi, como diabetes, problemas nocoração e doenças respiratórias. Uma delas, a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), é a quarta principal causa de morte no Brasil e, até 2020, deve se tornar a terceiraii.

Os números globais também são alarmantes. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 3 milhões de mortes foram provocadas pela DPOC, o que corresponde a cerca de 5% de todas as mortes em 2015iii. A DPOC é uma sigla que indica, geralmente, a combinação de doenças que reduzem o fluxo de ar nos pulmões, provocando sintomas como falta de ar, tosse seca e pouca disposição para fazer as atividades do cotidiano. Geralmente, agrupa duas condições: a bronquite crônica, que é a inflamação dos brônquios, e o enfisema, que é a destruição das paredes das células dos pulmões.

A principal causa da DPOC é o tabagismo, mas isso não significa que pessoas que nunca fumaram não devem estar atentas aos sintomas. Poluentes ambientais e gases emitidos pela queima de combustível, também afetam a função pulmonariv e são fatores de risco para desenvolver a doença. Um estudo da publicação The Lancet indicou que, de 1990 a 2015, o número de casos da doença aumentou em 44,2%, embora o número de mortes tenha diminuídov. Nesse período, houve grandes mudanças no comportamento da população, como maior preocupação com alimentação e estilo de vida saudáveis e diminuição do número de jovens fumantes, impactando diretamente na qualidade de vida das novas gerações.

Para o pneumologista Mauro Gomes, diretor da Comissão de Infecções Respiratórias da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia, os dados revelam a importância de todo o sistema de saúde estar preparado para o tratamento de doenças crônicas e para realizar o diagnóstico precoce. “Embora a população mais atingida pela DPOC seja a idosa, a doença pode se manifestar a partir dos 40 anos. Muitas vezes, os pacientes não ficam atentos aos primeiros sintomas, como tosse frequente com catarro, e às pequenas dificuldades para se exercitar e fazer atividades cotidianas como subir escadas. O acompanhamento médico e o diagnóstico precoce são fundamentais para que a progressão da doença seja controlada, evitando limitações na rotina”, explica o especialista.

Por essas razões, todas as pessoas devem estar atentas aos sinais da doença. No caso dos idosos, a proximidade da família pode ajudar a identificar rapidamente esses sintomas, que muitas vezes são negligenciados. Por isso, é comum que esses pacientes descubram a doença apenas em estágio avançadoi. Pacientes com exacerbações frequentes possuem 4,3 vezes mais risco de morte do que os que realizam o tratamento adequado e não enfrentam exacerbaçõesvi.

Além do acompanhamento com o especialista, o Dr. Mauro Gomes reforça que o tratamento contínuo é fundamental para manter as atividades habituais. “O uso da medicação adequada é fundamental para evitar complicações pela doença, incluindo a morte. Uma das opções de tratamento é o tiotrópio, que reduz em 16% o risco de morte nos pacientes com DPOC”, finaliza o médico. O diagnóstico precoce, com o exame de espirometria e a avaliação médica, é a principal medida para evitar limitações na rotina e na qualidade de vida dos pacientes, principalmente em idade avançada.

Referências:

i PEREIRA, Luciana Carnevalli; MERCADANTE, Elisabeth Frohlich. Doença pulmonar obstrutiva crônica no idoso: relato de caso. Textos Envelhecimento, Rio de Janeiro, v. 7, n. 1, 2004.

Disponível em . Acesso em: 17 ago.2018.

ii Moreira Graciane, Manzano Beatriz, et al. PLATINO, a nine-year follow-up study of COPD in the city of São Paulo, Brazil: the problem of underdiagnosis. J Bras Pneumol, 2013; 40(1); 30-37.

iii WHO. Chronic Obstructive Pulmonary Disease (COPD). Disponível em . Acesso em 15 ago 2018.

iv RABAHI, Marcelo F. Epidemiologia da DPOC: enfrentando desafios. Pulmão RJ, v. 22, n. 2, p. 4-8, 2013. Disponível em . Acesso em 16 ago 2018.

v SORIANO, Joan B. et al. Global, regional, and national deaths, prevalence, disability-adjusted life years, and years lived with disability for chronic obstructive pulmonary disease and asthma, 1990–2015: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2015. The Lancet Respiratory Medicine, v. 5, n. 9, p. 691-706, 2017.

vi A. Anzueto. Impacto of exacerbations on COPD. Eur Respir Rev 2010; 19: 116, 113-118.

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