Paraná tem mais de 30% de seu território com remanescentes de vegetação nativa

Paraná tem mais de 30% de seu território com remanescentes de vegetação nativa
Mata Atlântica na Serra do Mar. Foto: Deyvid Setti e Eloy Olindo Setti – Obra do próprio
Por Deyvid Setti e Eloy Olindo Setti – Obra do próprio, Domínio público, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=6327579

Um estudo técnico científico realizado pelo Simepar, em parceria com o Instituto Ambiental do Paraná (IAP), mostra que o Paraná tem 30,3% do seu território do com remanescentes de vegetação nativa. O estudo, concluído em junho, utilizou imagens do satélite Landsat / OLI (2016) servindo como base de apoio para o IAP durante as análises do Cadastro Ambiental Rural (CAR) do Estado.

Essas imagens possuem resolução espacial de 30 metros, permitindo que os técnicos tenham precisão na avaliação do uso do solo. Elas foram estudadas de acordo com a metodologia de Imagens Orientada a Objeto (OBIA), a partir de um mosaico de imagens de todo o Paraná.

De acordo com o levantamento, o Paraná possui 5.808.878,19 de hectares (30,13% de sua área total) de vegetação nativa, somando Floresta Nativa e Mangue. As outras áreas mapeadas mostram que 12.824.442,09 (66,51%) hectares são de área antrópica (pastagem, agricultura e reflorestamento), 378.684,99 hectares (1,96%) de lâmina d’água e 270.339,30 hectares (1,40%) de área urbana.

PROTEÇÃO AMBIENTAL – Com base nessas informações o Governo do Estado poderá desenvolver políticas públicas para a proteção ambiental com mais critérios. “Há muito tempo o Estado não tinha um estudo próprio que considerasse o real remanescente de vegetação nativa. Com base nas informações que os proprietários rurais estão nos passando e o banco de dados que criamos, podemos monitorar os nossos remanescentes com mais atenção e critério”, explica o presidente do IAP, Paulino Mexia.

CADASTRO – A classificação de uso das áreas do Estado está de acordo com as classes estabelecidas para análise dos cadastros realizados junto ao Cadastro Ambiental Rural. “Após as análises dos cadastros realizados será possível ratificar esses indicativos, visto que o dado do CAR será a informação real das propriedades rurais, validado pelo Governo do Estado”, afirmou o diretor de Restauração e Monitoramento Florestal do IAP, Francelo Mognon.

Até 31 de julho deste ano, o Paraná já tinha cadastrado 412.717 imóveis rurais e 16.812.426,47 hectares cadastrados junto ao CAR. O estado é que mais realizou análises técnicas “manuais” (sem filtros automáticos de sistemas) dos cadastros. Até o final de agosto, foram 5.874 análises, sendo que dessas 1.062 já tiveram suas notificações atendidas pelos proprietários rurais.

OUTROS ESTUDOS – Os números apresentados pelo estudo feito pelo Simepar e IAP são próximos a outros realizados recentemente e com metodologias parecidas. “Isso mostra que são mais próximos da realidade possível”, explica o presidente do IAP.

O estudo Simepar/IAP se aproxima do resultado do Estudo MapBiomas, iniciativa do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa do Observatório do Clima (SEEG/OC). O relatório é produzido por uma rede colaborativa formado por ONGs, universidades e empresas de tecnologia organizados por biomas e temas transversais.

Esse relatório, publicado em 2017, também feito com imagens de satélite (LANDSAT) com resolução de 30 metros demonstra que o Paraná possui 5.503.869,98 hectares de remanescente de vegetação nativa. O estudo pode ser acessado através do link: http://mapbiomas.org/pages/about/about-us

Já o trabalho de pesquisa realizado pelo Embrapa Florestas, em janeiro desse ano com base nas informações, declaradas pelos proprietários rurais junto ao CAR essa área de remanescentes para vegetação do estado representa área total de 4.622.074,10 hectares. O estudo pode ser acessado através do link: https://www.embrapa.br/car/resultados.

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