Morte é utopia

 Paiva Netto

Na história do Antigo Egito, com suas surpreendentes, para os estudiosos de hoje, construções piramidais, observamos muitos indícios da crença na Vida Eterna.

Em Brasília/DF, Brasil, o Templo da Boa Vontade (TBV), a Pirâmide das Almas Benditas, dos Espíritos Luminosos, é um avanço nessa direção. Um dos maiores diferenciais está em sua universalidade. Há milhares de anos, as pirâmides, digamos assim, com seu simbolismo de existência perene, eram privilégio destinado a poucos. Já a mensagem do TBV, com o Ecumenismo Total, abriga a Humanidade da Terra e do Céu da Terra. O culto à morte, característica do passado distante, deu lugar à dinâmica da vida em plenitude.

No Templo da Paz, a vitalidade espiritual e humana é alimentada pelo poder misericordioso do “Grande Arquiteto do Universo”, no dizer dos irmãos maçônicos. Numa de suas paredes, coloquei esta diretriz, inspirada em Jesus (Evangelho, segundo João, 4:23 e 24): “Neste Templo até as pedras clamarão que Deus é Espírito e como tal deve ser adorado: em Espírito e Verdade”.

O Ecumenismo dos Corações, no TBV, iluminado pelo entendimento da Vida Imortal, não é utopia, mas prática diária. As criaturas são realmente respeitadas. Ele jamais exclui, contudo agrega a sabedoria originada nas mais diversas linhas de pensamento.

Quem compartilhava dessa iniciativa de união era o nosso saudoso amigo dr. Nestor João Masotti (1937-2014), ex-presidente da Federação Espírita Brasileira (FEB). Na ocasião em que era secretário-geral do Conselho Espírita Internacional, destacou: “Um dos pontos que precisamos procurar é o entendimento entre todas as religiões. Naturalmente, não podemos pretender que todos pensem de forma absolutamente igual, mas podemos perfeitamente buscar uma forma para que possamos conviver fraternalmente. E, nesse caso, o trabalho da LBV passa a ser muito significativo, porque está ajudando os homens a se encontrarem para convivermos fraternalmente, mesmo com pontos de vista doutrinários, espiritualistas e religiosos diferentes”.

 A morte não existe

Como também pensava o dr. Masotti, esmeremos no desenvolvimento desta consciência: “A morte não existe!” É o grande brado do Templo da Boa Vontade, conforme escrevi, no fim da década de 1980, na página “Quanto à abrangência do TBV”. Trata-se de esclarecimento indispensável na prevenção do suicídio, que, segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), leva ao óbito uma pessoa a cada 40 segundos no planeta. É um problema global de saúde pública que deve ser enfrentado pela sociedade. Alziro Zarur (1914-1979), sempre lembrado fundador da Legião da Boa Vontade, alertava que “o suicídio não resolve as angústias de ninguém”. Joguemos fora qualquer tabu e trabalhemos corretamente para impedi-lo. Que não falte, a partir das crianças, a devida instrução espiritual, moral, material, e o socorro urgente àqueles que já tenham manifestado tendências suicidas. O Amor Fraterno é capaz de impedir numerosas tragédias!

Assim como a Vida, a Esperança não morre nunca! Lutar pela vida e perseverar no Bem são escolhas acertadas.

 José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor.

paivanetto@lbv.org.br — www.boavontade.com