População precisa ser treinada para reconhecer primeiros sinais de AVC

Sucesso do tratamento depende de diagnóstico rápido e preciso; cirurgia endovascular, com auxílio de cateter de aspiração ou stent, aumenta as chances de recuperação do paciente

Dor de cabeça intensa, perda de sensibilidade, sonolência excessiva e dificuldade para falar ou movimentar braços e pernas. Todos esses sintomas, quando de início súbito, podem indicar um Acidente Vascular Cerebral (AVC), o popular derrame. Isolados, no entanto, ainda são confundidos com outras doenças – o que prejudica o rápido diagnóstico e reduz as chances de recuperação total do paciente. Mesmo com as técnicas de cirurgia endovascular mais avançadas e o atendimento aos protocolos internacionais de tratamento, a melhora dos índices de sucesso ainda depende da educação continuada da população.

“Aqui no Brasil, o paciente demora a identificar os sintomas e chegar ao hospital e isso reflete no tratamento, pois quanto mais tempo se leva, pior é o resultado”, explica o neurorradiologista intervencionista do Hospital Santa Cruz, de Curitiba (PR), Dr. Marcelo Bolcato. Em sua opinião, é preciso investir em capacitação constante. “A população e todos do hospital precisam estar treinados para reconhecer os sintomas, médicos, enfermeiros e todos os demais colaboradores. Têm que existir um treinamento contínuo para que o diagnóstico seja cada vez mais rápido e eficaz”, completa.

Contra o tempo

Para reforçar os protocolos de atendimento à pacientes com AVC e incentivar a capacitação continuada da equipe de saúde, o Hospital Santa Cruz trouxe ao Brasil o neurorradiologista intervencionista Dr. Guilherme Dabus do Baptist Miami Hospital, um dos maiores centros de neurointervenção dos Estados Unidos. Durante o I Simpósio de Neurologia e Neurocirurgia, o especialista compartilhou estudos de caso em que a reperfusão mecânica dos vasos, com auxílio de cateter de aspiração ou stent, impacta na recuperação do paciente.

Até 2015, o tratamento protocolar para pacientes com AVC isquêmico era baseado no TPA endovenoso, um medicamento administrado pela veia para dissolver o trombo. A introdução da trombectomia mecânica, no entanto, trouxe melhores resultados e mais tempo para a equipe médica. “De uma forma geral, quanto mais rápido se tratar o paciente melhor. Antigamente o protocolo era de seis horas, hoje em dia a janela é de 24 horas”, completa. Isso não significa que é possível esperar até 24 horas para iniciar o tratamento.

Com uma boa reperfusão, que é o desentupimento da artéria, cerca de 50% dos pacientes recebem alta em dois ou três dias basicamente sem sequelas. “Em alguns casos, o paciente pode ter alta com alguma sequela, podendo ter que fazer fisioterapia e fonoaudiologia, demorando alguns meses para se recuperar. Cerca de cinco anos atrás, [sem as novas tecnologias da intervenção endovascular], 80% desses pacientes com AVC isquêmico estariam mortos ou com sequelas ainda mais graves”, completa Dr. Dabus.

 

Sobre o Hospital Santa Cruz

Fundado em 1966, o Hospital Santa Cruz está localizado no bairro Batel, em Curitiba (PR). É considerado um centro de excelência em alta complexidade no atendimento das áreas de Oncologia, Cardiologia, Cirurgia Geral, Neurologia, Ortopedia, Pronto Atendimento, Checkup e Maternidade, que é referência em Curitiba. Oferece estrutura privilegiada, equipe multidisciplinar, equipamentos de última geração e um moderno centro cirúrgico. É referência no serviço de hotelaria e em atendimento humanizado, com qualidade assistencial e foco na segurança do paciente. É reconhecido com o selo de Acreditação com Excelência, o mais alto nível de certificação nacional, entregue pela ONA, sendo a instituição acreditada nesta categoria por mais tempo no Paraná.