Nova versão do clássico de Chico Buarque e Paulo Pontes, Gota D’Água [a seco], chega a Curitiba

Uma nova versão do clássico de Chique Buarque e Paulo Pontos, Gota d’Água [a seco], chega a Curitiba para duas únicas apresentações, nos dias 09 e 10 de março, no Teatro Guairão, trazendo no elenco os atores Laila Garin e Alejandro Claveaux, com adaptação de Rafael Gomes e Direção musical de Pedro Luís. O espetáculo, que conta com 13 prêmios, tem patrocínio exclusivo da BB Seguros e os ingressos estão à venda pelo Disk Ingressos.

Nova versão do clássico de Chico Buarque e Paulo Pontes, Gota D’Água [a seco], chega a Curitiba

Sobre o musical:

            Em dezembro de 1975, Bibi Ferreira subia ao palco do Teatro Tereza Rachel, no Rio de Janeiro, para estrear Gota D’Água, transposição da tragédia grega Medeia, de Eurípedes, para a realidade de um conjunto habitacional do subúrbio carioca. Com um arrojado texto em versos de Chico Buarque e Paulo Pontes, e canções como Basta um dia, o espetáculo marcou época e se tornou um clássico moderno do Teatro Brasileiro.

            Mais de quatro décadas depois, a história voltou à cena como uma adaptação absolutamente inédita do diretorRafael Gomes. Batizada de Gota D’Água [a seco], a nova versão estreou no Rio de Janeiro em maio de 2016. O espetáculo chega a Curitiba nos dias 09 e 10 de março, no Teatro Guairão. No palco, Laila Garin e Alejandro Claveaux são acompanhados por cinco músicos, sob a direção musical de Pedro Luís.

            Como ‘a seco’ do título já indica, a montagem busca chegar à essência da história, por meio dos embates entre os protagonistas, Joana e Jasão, ainda que outros personagens do original também apareçam na adaptação. Mesmo com parte da trama sociopolítica reduzida na versão, Rafael Gomes reitera que a sua leitura da peça é focada em sua natureza política, cruelmente atual. “A Gota D’Água original possui uma trama política bastante latente em seu embate entre opositores e oprimidos. Ao concentrar a história em Joana e Jasão, em suas ideologias, ações e sentimentos, eu gostaria ainda assim de falar sobre essa política mais essencial da vida, do dia a dia, essa que a maioria das pessoas sublima, esquece ou finge que não é com elas, achando que ser político é somente saber apontar o dedo para o adversário e se manifestar eventualmente por aquilo que interessa, de forma um tanto quanto individualista”, afirma o diretor, que manteve toda a estrutura formal da peça e inseriu novas canções e pequenas citações de letras de Chico Buarque em algumas passagens do texto.

Sobre o diretor:

            Gota D’Água [a seco] é o primeiro espetáculo que Rafael Gomes dirigiu fora de sua companhia, a Empório de Teatro Sortido, de onde trouxe alguns colaboradores para esta montagem, como o cenógrafo André Cortez (Prêmio Shell por Um Bonde chamado Desejo, 2015) e o iluminador Wagner Antônio. Rafael foi convidado pela produtora Andréa Alves, da Sarau Agência, e por Laila Garin para embarcar no projeto.

Estrela de Elis

Musical, Laila Garin experimenta agora um novo desafio em cena: além de interpretar a mítica personagem eternizada por Bibi Ferreira, dá voz a músicas que não faziam parte da peça original, como Eu te Amo, Baioque e Cálice. Revelado no projeto Clandestinos, Alejandro Claveaux interpreta o personagem que já foi de Roberto Bonfim e Francisco Milani (na temporada paulistana, em 1977).

Uma tragédia carioca, embates universais

Chico Buarque e Paulo Pontes começaram a trabalhar no texto original a partir de uma transposição que Oduvaldo Vianna Filho (1936-1974) havia feito para a televisão. A feiticeira Medeia virou Joana, moradora do conjunto habitacional Vila do Meio-Dia, mãe de dois filhos, frutos de seu casamento com Jasão, alguns anos mais novo do que ela. Compositor popular, Jasão é cooptado pelo empresário Creonte, que o ajuda a fazer sucesso, e termina por largar Joana para se casar com a filha do milionário. A trama passional – que culmina na vingança de Joana – tem como pano de fundo as injustiças sociais pelas quais os moradores do local passam, vítimas da exploração de Creonte, todo-poderoso da região.

Por conta deste acúmulo de tensões, Rafael Gomes elegeu o embate como o conceito central de sua montagem. Não somente o embate amoroso, que está no cerne da trama do casal, mas também o social, em um sentido mais amplo, e, principalmente, o íntimo. “São as batalhas internas a que as circunstâncias externas nos sujeitam. Jasão no conflito entre o que está ganhando e o que está deixando para trás, assim como Joana na decisão entre ir às últimas consequências para se vingar ou simplesmente seguir vivendo – o embate entre o humano e o divino, o terreno e o espiritual’, conclui o diretor.

Com esta nova e enxuta adaptação, as músicas que não estavam no original entram justamente para servir à dramaturgia, ao contar partes da história, revelar melhor o caráter e as contradições das personagens, além de amplificar alguns contextos e situações que precisaram ser sumarizados. A entrada de Pedro Luís na direção musical vem ao encontro da vontade de não fazer necessariamente um musical tradicional. “É um arejamento, um olhar diferente. Pedro fez com as canções, todas já tão conhecidas e consagradas, o que eu pretendo fazer com a dramaturgia: dar uma nova dimensão, jogar uma luz por um lado que não estamos acostumados a ver. Isso não implica em uma ambição de ‘melhorar’ nada, apenas de tentar pensar e criar por um caminho menos óbvio”, ressalta Rafael.

Música, letra e teatro

Laila Garin sempre teve a carreira teatral atravessada pela música, seja em shows paralelos ou na série de espetáculos musicais que protagonizou recentemente. Após ter iniciado a vida artística em Salvador, sua cidade natal, ela se mudou para São Paulo e trabalhou com Luiz Carlos Vasconcelos, a Cia. Piolim, antes de ficar por sete anos na Casa Laboratório, dirigida por Cacá Carvalho e a Fondazione Pontedera. Após o período na capital paulista, fixou residência no Rio de Janeiro, onde estrelou Eu Te Amo Mesmo Assim (2010), musical supervisionado por João Falcão, diretor de Gonzagão – A Lenda (2012), do qual Laila fez parte por algumas temporadas.

A sua recriação do mito Elis Regina em Elis – A Musical (2013) provocou um verdadeiro fenômeno teatral de público e crítica, coroado com todos os principais prêmios de atuação do País: APCA, APTR, Bibi Ferreira, Cesgranrio, Quem, Reverência e Shell. No último ano, ainda esteve em O Beijo no Asfalto, versão musical de Claudio Lins para o clássico de Nelson Rodrigues, e estreou na TV na novela Babilônia, de Gilberto Braga, Ricardo Linhares e João Ximenes Braga.

Andréa Alves abraçou a empreitada de revitalizar a tragédia e as canções de Gota D’Água após produzir a recente montagem de Ópera do Malandro, em cartaz por quase dois anos com enorme sucesso popular. À frente da Sarau Agência desde a sua fundação, em 1992, também é a responsável pelo Festival Villa-Lobos e os musicais Grande Otelo – Eta Moleque Bamba!, Gonzagão – A Lenda e Auê, nova criação da Cia. Barca dos Corações Partidos.

Da mesma forma, a música sempre foi um elemento determinante no teatro de Rafael Gomes. Seu texto de estreia, Música Para Cortar os Pulsos (prêmio APCA de Melhor Peça Jovem, 2010), era estruturado a partir de citações musicais e trechos de letras, enquanto nos espetáculos seguintes a trilha sonora sempre exerceu um relevante diálogo com a dramaturgia, caso de Gotas D’Água Sobre Pedras Escaldantes (2014) e Um Bonde Chamado Desejo (2015), que acaba de lhe render o Prêmio Shell de Melhor Direção. Ele considera Gota D’Água [a seco] o seu primeiro musical, embora prefira pensar na montagem como uma “peça com música”.

“Quando Andréa e Laila me convidaram para este trabalho, para além de todo deleite imediato que seria trabalhar com ambas, a ‘questão Chico Buarque’ também calou fundo. Não só pelos motivos óbvios, de Chico ser esse artista gigante, mas porque minha trajetória no teatro está carimbada pela obra dele. A primeira peça que fiz na vida foi como assistente de direção e dramaturgista de Calabar, em 2008, numa montagem dirigida por Heron Coelho. E já dirigi uma releitura de Cambaio, que chamamos também de Cambaio [a seco], em caráter de evento, com apenas sete apresentações”, conta Rafael, que sempre foi admirador de musicais, “de Brecht a Sondheim, passando pelos filmes da Disney e Bob Fosse. Espero que este seja o primeiro de vários”, ressalta.

Incentivo à Cultura

            O espetáculo tem patrocínio exclusivo da BB Seguros. “Acreditamos que a cultura proporciona muito mais do que momentos de lazer e entretenimento. Por meio das Leis de Incentivo Fiscal, apoiamos e patrocinamos iniciativas culturais, viabilizando a realização de importantes espetáculos em cartaz no País”, afirma Fernando Barbosa, presidente da Brasilseg, uma empresa BB Seguros.

            Desde 2012, os projetos incentivados pela companhia já impactaram 20 milhões de pessoas. “Encaramos esses apoios como uma maneira ímpar de promover o conhecimento, criando uma sociedade mais desenvolvida e que se apropria de sua história”, afirma.

Prêmios:

VENCEDOR DO PRÊMIO CESGRANRIO: Melhor Atriz em Musical – Laila Garin.

VENCEDOR DO PRÊMIO BIBI FERREIRA: Melhor Atriz em musical – Laila Garin e Melhor Desenho de Luz – Wagner Antônio

VENCEDOR DO PRÊMIO CENYM: Melhor Trilha Sonora Original ou Adaptada – Pedro Luis e Melhor Canção Original ou Adaptada – Cálice, por Laila Garin (voz) e Pedro Luís (arranjos).

VENCEDOR DO PRÊMIO ARTE QUALIDADE BRASIL: Melhor atriz em Musical – Laila Garin.

VENCEDOR DO PRÊMIO MUSICAL CAST: Melhor Musical Brasileiro, Melhor Direção – Rafael Gomes e Melhor Atriz – Laila Garin.

VENCEDOR DO PRÊMIO REVERÊNCIA – Melhor Atriz em musical – Laila Garin.

VENCEDOR DO PRÊMIO APLAUSO BRASIL: Melhor Atriz – Laila Garin. Melhor Iluminação – Wagner Antônio e Melhor Arquitetura Cênica – André Cortez.

Ficha técnica:

GOTA D’ÁGUA [A SECO] – De Chico Buarque e Paulo Pontes. Adaptação e direção: Rafael Gomes. Com Laila Garin e Alejandro Claveaux. Direção Musical: Pedro Luís. Cenografia: André Cortez. Iluminação: Wagner Antônio. Figurinos:Kika Lopes. Direção de Produção: Andréa Alves. Diretor assistente e direção de movimento: Fabrício Licursi. Design de som: Gabriel D’angelo. Preparação e arranjos vocais: Marcelo Rodolfo e Adriana Piccolo. Assistente de direção musical: Antônia Adnet. Assistente de cenografia: Rodrigo Abreu. Coordenação de Produção: Leila Maria Moreno e Vivi Borges.       

Serviço:

GOTA D`ÁGUA [A SECO]

Datas: 09/03 (sábado) às 21h e 10/03 (domingo) às 19h.

Local: Centro Cultural Teatro Guaíra (Teatro Guairão) – Rua XV de Novembro, 971 – Centro,

Curitiba.

Classificação: 14 anos.

Duração: 100 minutos.

Gênero: Musical.

Ingressos:

R$ 100,00 – inteira | R$ 50,00 meia-entrada (plateia A)

R$ 80,00 inteira | R$40,00 meia-entrada (plateia B)

R$ 60,00 inteira | 30,00 meia-entrada (Balcão 1)

R$ 40,00 inteira| R$20,00 meia-entrada (Balcão 2)

Lotação: 2.163 lugares

Vendas: diskingressos.com.br

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