Como combater o bullying nas escolas?

A campanha #PsicologiaÉProfissão, promovida pelo Conselho Regional de Psicologia de Santa Catarina – 12ª Região segue orientando a população sobre a atuação do profissional e suas especificidades, além de destacar a importância das(os) profissionais serem habilitadas(os) pelo Conselho Federal de Psicologia. A cada mês, um assunto é abordado por especialistas da entidade.

Em abril, o tema é “Como combater o bullying nas escolas?”, com a psicóloga do CRP-SC, Simone Vieira de Souza.

Acesse o áudio da entrevista na íntegra: https://youtu.be/k5poEZ7XcNA

Bullying não é brincadeira!

Quando falamos de bullying, é preciso pensar num contexto maior. Em uma sociedade que apresenta práticas de agressividade, de violência e de situações de humilhação como resposta a tudo que é diferente, é esse tipo de intolerância que vamos observar também dentro do ambiente escolar. “O comportamento da sociedade de um modo geral tem sido de práticas que produzem sofrimento, e a escola não está descolada desse contexto”, explica a psicóloga e Conselheira do CRP-SC, Simone Vieira de Souza.

 

Como identificar e instruir os envolvidos?

Falar sobre Bullying atualmente se tornou algo extremamente relevante, principalmente em escolas públicas e privadas. O bullying escolar é crime e por isso precisa ser combatido através de projetos e programas que conscientizem pais, professores e alunos do quão perigosa essa atitude pode ser.

Comportamentos da criança, na sua condição de estudante, como se recusar a ir para a escola, agressividade excessiva ou desproporcional, ou ainda tristeza recorrente e isolamento social, são elementos para se prestar atenção. Buscar entender a razão destes comportamentos, seja no agressor ou na vítima, é de extrema importância. “É sempre bom lembrar que o praticante de bullying pode estar sofrendo também e que precisa de ajuda”, ressalta a psicóloga.

Por isso, a presença de profissionais da Psicologia nas escolas facilita o trabalho de questões sociais e emocionais que afetam diretamente o processo de aprendizagem e de convívio escolar, fator que tem relação direta com o bullying. “A Psicologia pode contribuir e muito com a educação em seus mais diversos níveis, tanto na prevenção e tratamento das questões envolvidas no processo de ensino-aprendizagem, bem como nas questões relacionadas a convivência e desenvolvimento no ambiente escolar. É um profissional que só tem a colaborar com os relacionamentos dentro das escolas e com a melhoria da educação”, afirma.

Como combater o bullying?

O bullying nas escolas, muitas vezes, parece um problema sem solução. No entanto, existem maneiras de combatê-lo, segundo Simone. “É preciso provocar uma reflexão sobre o assunto, conscientizar pais e educadores, além de desencadear ações em toda a sociedade para minimizar a violência nas escolas”, ressalta, complementando que é necessário orientar as vítimas para que não se sintam constrangidas na hora de falar sobre o assunto.

“A primeira orientação que dou às vítimas, é que procurem alguém em quem confiem e relatem o que está acontecendo. A melhora pode vir através de intervenções no ambiente, de orientações à família e, em muitos casos, a busca pelo tratamento com uma(um) psicóloga(o), quando as consequências sobre a autoestima já são bastante significativas”, orienta.

O Documento de Referências Técnicas define um conjunto de possibilidades de atuação da(o) psicóloga(o) na educação básica. “Uma delas é pensar necessariamente o diálogo com todos os envolvidos dentro do equipamento escolar – professoras(es), trabalhadoras(es) da educação, orientadoras(es), pais e estudantes – no sentido de criar uma estratégia de trabalho coletiva a partir das demandas que são localizadas. É importante lembrar que cada escola tem uma realidade específica”, salienta Simone.

O apoio de uma(um) psicóloga(o) muitas vezes é parte fundamental para lidar com casos de bullying nas escolas. “Contar com uma rede de apoio, família, amigos e, principalmente, a orientação de profissionais habilitadas(os) pelo CRP-SC, que é o órgão que regulamenta a profissão e que vai garantir que este profissional está qualificado para auxiliar no combate ao problema”, afirma Simone.

#PsicologiaÉProfissão

Entre os pontos levantados na campanha mensal, está a importância de verificar se a(o) profissional atuante está devidamente registrada(o) no CRP-SC. “Você não vai se submeter a um procedimento cirúrgico se você não tem referências relacionadas àquele médico. Você normalmente tem indicações. O serviço da(o) psicóloga(o) não é diferente”, finaliza Simone.