Dia Mundial da Atividade Física alerta sobre risco de infarto e AVC

Doenças continuam no topo das que mais matam no Brasil e no mundo

Na última pesquisa Vigitel, realizada pelo Ministério da Saúde, constatou-se que 42,7% da população de Curitiba não pratica atividade física suficiente para se manter saudável. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda 150 minutos de exercícios em grau moderado a intenso ou 75 minutos de esforço físico forte por semana.

Ao chegar o Dia Mundial da Atividade Física, em 6 de abril, é comum a mobilização para a realização de competições, exercícios ao livre, caminhadas coletivas e a prática de esportes amadores. Rafael Macedo, fisiologista do esporte do Hospital Cardiológico Costantini, ressalta a importância de fomentar essas práticas como promoção de saúde e redução dos casos de infarto e AVC, mas, alerta para a necessidade de preparação prévia para a nova rotina.

As doenças cardiovasculares são as que mais matam no mundo e foram estimadas cerca de 400 mil mortes no Brasil, em 2018, segundo a Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista (SBHCI). Por isso, as mobilizações na data.

“A recomendação é que se faça uma avaliação médica pré-participação. Esta avaliação minimiza a chance de um evento adverso durante a prática de exercícios. Estes eventos podem ser graves como um infarto ou morte súbita”, explica Macedo. 

Grupos de risco e atividade física

Atividade física é sempre bem-vinda, mas, indivíduos com doenças pulmonares e cardiovasculares, que se enquadram no grupo de portadores de doenças crônicas, precisam dedicar um tempo a mais para realização de exames prévios. “Sempre que há uma pessoa com uma doença estrutural ou associada é feita a estratificação de risco e, a partir dela, é possível definir a modalidade de exercício, tipo de treinamento, preparo de ambiente e se isso deve ser feito de forma supervisionada por um profissional de saúde ou não. Isso serve para avaliar o melhor benefício com o menor risco possível” exemplifica Rafael Macedo.

Todo esforço conta

Se o impulso em levantar do sofá e criar uma rotina de exercícios ainda não veio, as atividades do dia a dia já fazem diferença. Apesar de parecer coisa nova, as recomendações de ir a pé até o supermercado, subir as escadas do condomínio e descer do ônibus algumas paradas antes para melhorar a saúde não são de hoje, conforme explica Luiz Emed, cardiologista do esporte do Hospital Cardiológico Costantini.

“Existe um estudo clássico, de 1954, que comparou motoristas de ônibus e cobradores na Inglaterra. Os cobradores iam até os passageiros e se movimentavam o tempo todo. Constatou-se que eles apresentavam menos casos de doenças cardiovasculares em relação aos motoristas, que ficavam sentados. Portanto, qualquer atividade que gere deslocamento e um gasto energético vai trazer benefício”, comenta.

Emed ainda ressalta que, mesmo com os efeitos benéficos da movimentação do dia a dia, investir na prática de exercícios regularmente, de forma elaborada e com acompanhamento profissional trará resultados cada vez melhores para a saúde.