Melhor tratamento para a dor de dente é a prevenção, lembra dentista

A dor de dente já se tornou sua companheira e, mesmo com o incômodo, você reluta em procurar um dentista? Saiba que essa não é a melhor decisão a se tomar. Segundo a dentista clínica geral, especialista em Dentística, Prótese e Reabilitação Oral dra. Claudia Nassif, do Hospital Otorrinos Curitiba, negligenciar os cuidados com a saúde bucal pode trazer prejuízos mais graves no futuro.

“Dizem que o custo do cuidado é sempre menor que o custo do reparo, e com a saúde dos nossos dentes não é diferente. Hoje o tratamento dentário é muito mais eficaz, rápido e indolor com a tecnologia disponível nos consultórios, e a melhor solução para a dor de dente é a prevenção. Visitas periódicas ao dentista, mesmo sem a existência de qualquer sintoma, podem detectar o problema desde cedo, garantindo o sucesso do tratamento”, ressalta a especialista.

É durante o exame clínico que o dentista pode detectar doenças em fase inicial, como por exemplo o câncer de boca. “Todas as principais enfermidades do trato bucal podem ser evitadas”, lembra Claudia.

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Dor de dente só tem a ver com cárie? Muita gente associa a dor nos dentes apenas às cáries. Mas será que são só elas que provocam dores? De acordo com a dentista, na grande maioria das vezes a cárie é a principal causadora da dor por chegar na dentina, camada abaixo do esmalte.

“No entanto”, lembra a especialista, “a dor de dente não deve ser encarada como algo extremamente ruim, pois é um sinal de que o dente está ‘vivo’ e que precisa de cuidados”.

Causas da dor de dente As principais causas da dor de dente podem estar relacionadas a diversos fatores além da cárie, tais como problemas periodontais (tecidos que circundam o dente), problema endodôntico (canal), traumas – ‘contato prematuro’- relacionados à oclusão (contato dos dentes superiores com os inferiores ao fechar a boca), entre outros.

Melhor tratamento para a dor de dente é a prevenção, lembra dentista
Analgésico pode ser usado para aliviar a dor de dente, mas a causa precisa ser investigada.

Alívio momentâneo Em alguns casos a dor de dente pode se acentuar de uma hora para outra, e conseguir agendar uma consulta para aquele instante pode ser complicado. Nesses casos, para um alívio momentâneo, o indicado é fazer uso de analgésicos, como Paracetamol ou Dipirona, que possuem propriedades que ajudam a aliviar dores leves a moderadas, ou até mesmo anti-inflamatórios, como Ibuprofeno, Naproxeno ou Aspirina, que reduzem a dor e inflamação no local da gengiva onde se encontra o dente.

“Mas nada substitui a consulta com o dentista”, orienta Claudia, que complementa: “se existir um problema mais sério no dente, o uso de analgésicos e anti-inflamatórios vai apenas aliviar de forma momentânea a dor. É preciso tratar a causa do problema”, reforça Claudia.

Riscos do uso do anti-inflamatório Muita gente ignora as recomendações do dentista e faz uso indiscriminado de anti-inflamatórios, principalmente porque são de fácil acesso e em qualquer farmácia é possível adquiri-los. No entanto, os anti-inflamatórios não esteroides (AINEs, grupo com ações analgésica, para alívio da dor, e antipirética, para diminuir a febre) precisam de atenção especial, já que eles diminuem a produção de prostaglandinas, substâncias naturais em nosso organismo envolvidas no processo da dor, inflamação, febre, entre outros.

“A diminuição de prostaglandinas interfere na ocorrência de gastrites, úlceras, problemas nos rins, fígado e coração, aumento da pressão arterial e oferece dificuldade no nascimento de uma criança. A insuficiência renal é um dos problemas mais graves acarretado pelo uso excessivo, já que com a redução de prostaglandinas, o processo de filtragem do sangue pelos rins fica comprometido e reduz a eliminação do sódio pelo órgão”, explica a especialista.

O Ministério da Saúde recomenda que os AINEs sejam usados nas doses mais baixas, pelo mínimo tempo possível e necessário para aliviar inflamações, sempre de acordo com prescrição médica ou odontológica.

Diretor Técnico: Dr. Ian Selonke CRM-PR 19141 | Otorrinolaringologia