Dia Nacional de Combate à Cefaleia é lembrado em 19 de maio

Data criada pela Sociedade Brasileira de Cefaleia chama atenção para um mal que afeta 15% da população mundial

O Dia Nacional de Combate à Cefaleia é lembrado em 19 de maio, uma iniciativa da Sociedade Brasileira de Cefaleia (SBCe), para chamar a atenção da população a respeito das dores de cabeça. Segundo a entidade, estima-se que a enxaqueca afeta 15% da população mundial em algum momento da vida e 2% sofre com enxaqueca crônica, uma doença incapacitante e que compromete a qualidade de vida. No Brasil, pelo menos 30 milhões de pessoas enfrentam o problema, que é três vezes mais comum em mulheres do que homens.

A enxaqueca crônica é caracterizada por crises de dores de cabeça, que ocorrem durante 15 dias ao mês, durante três meses. Sintomas como náuseas ou vômitos, fotofobia (sensibilidade à luz) e fonofobia (desconforto provocado pelos sons) são relatados pelos pacientes, além de dor unilateral, dor intensa, pulsátil ou dor que piora com movimentação e/ou atividade física. Os episódios podem durar de 4 a 72 horas.

Apesar do desconforto, muitas pessoas não procuram o especialista e se automedicam. “Essa conduta pode prejudicar o diagnóstico e ainda contribuir para tornar a dor de cabeça crônica”, explica o neurologista Murilo Schaefer, de Curitiba, Especialista em Neurologia Clínica e Cefaliatria – ciência responsável pelo diagnóstico e tratamento das dores de cabeça. Segundo ele, geralmente pacientes com cefaleias recorrentes levam 5 anos para procurar um médico por causa de dores de cabeça, e 11 anos para procurar um especialista, algo que contribui para a cronificação da enxaqueca.

Campanha SBCe #3edemais

Ao longo do mês de maio, a SBCe está divulgando um vídeo da campanha “3 é Demais”, com uma mensagem simples e direta: *”Mesmo que você tenha boas explicações para as suas dores, se você sente 3 ou mais dores de cabeça por mês, há mais de 3 meses, procure um médico. Você precisa de tratamento.”

Fatores desencadeantes

Ambientais: luz forte e exposição solar; barulho e odores fortes como perfume e gasolina; alterações do sono, movimento e viagem;

Dieta: Pular refeições e abusar de café, vinho tinto, chocolates, alimentos embutidos, queijos curados, entre outros;

Psicológicos: Estresse, perdas ou mudança na rotina;

Hormonais: Menstruação de uso de contraceptivo que contém estrogênio.

Cada pessoa é sensível a certos tipos de fatores desencadeantes. Por isso, a orientação é para observar a dor de cabeça, além da frequência, intensidade e duração, para poder reportar ao neurologista. “Somente assim é possível obter um diagnóstico e prescrever o tratamento adequado para essa doença, que tem forte impacto na vida pessoal e profissional dos pacientes”, afirma o Dr. Murilo Schaefer. O fundamental é que o paciente não banalize a dor, não se automedique e procure o neurologista, que é a especialidade indicada para tratar a doença, considerada uma das mais incapacitantes no mundo.

Tipos de tratamento para enxaqueca
A enxaqueca pode ser tratada de maneira preventiva, e de forma não medicamentosa. Mudanças de hábitos do paciente, técnicas de relaxamento, fisioterapia e psicoterapia são positivas. Praticar atividade física, evitar picos de estresse, regular sono também ajuda a reduzir os quadros. Caso seja necessário o tratamento medicamentoso, ele pode ser feito de forma preventiva, para diminuir a frequência, ou agudo, direcionado para tirar o paciente o mais rápido possível da crise.

Novo medicamento
A boa notícia para quem depende de remédio para lidar com a doença, é que a partir de julho estará disponível um novo medicamento específico para tratamento das enxaquecas crônicas – já aprovado pelo FDA e pela Anvisa, que vai se constituir em uma nova era para a melhoria da qualidade de vida dos portadores da doença.


Fonte para entrevista:
Dr. Murilo Rubens Schaefer – Médico Neurologista – CRM/PR 5.406
Especialista em Neurologia Clínica e Cefaliatria
Pós graduado em Neurologia pela Santa de Misericórdia do Rio de Janeiro
Membro da Sociedade Paranaense de Ciências Neurológicas
Membro da Sociedade Brasileira de Cefaleia
Membro da International Headache Society
Membro da American Headache Society