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Não basta gostar de cozinhar para ser chef de cozinha

Não basta gostar de cozinhar para ser chef de cozinha

Reality shows, programas de TV e seriados podem inspirar muita gente a seguir a carreira de chef e colocam a profissão de gastrônomo em alta, ainda mais quando há demanda e falta mão de obra especializada. No entanto, a imagem de glamour e sucesso é longe da dura realidade do dia a dia de quem pensa em se tornar chef de cozinha. São metas alcançáveis, claro, mas que exigem muito preparo e trabalho.  

De acordo com a coordenadora da graduação em Gastronomia da Universidade Positivo em Londrina, Ana Lúcia Eckert, não basta gostar de cozinhar – ou de comer – para passar do hobby à profissão. “É preciso técnica para saber comprar com sabedoria, estocar e manipular os alimentos com segurança e higiene, além de noções de gestão, comunicação, legislação, empreendedorismo, elaboração de cardápios, hotelaria, entre outras habilidades”, explica.

Segundo ela, o perfil dos estudantes que buscam o curso de Gastronomia é diversificado. “Há alunos jovens, em sua primeira formação acadêmica, e também pessoas que já trabalham na área. Há os que fazem o curso por interesse pessoal e os que querem mudar de área profissional”, diz Ana Lúcia.

Com 50 anos de idade e já inserida no mercado, a proprietária das churrascarias Chimarrão e Chimarrão Grill, Marisol Chiesa, voltou à sala de aula. Ela sentiu a necessidade de novos conhecimentos para agregar valor aos seus negócios. “Sempre tive a vontade de fazer o curso de Gastronomia, então resolvi me presentear e adquirir novas ferramentas, aperfeiçoar minhas técnicas, além de estar atenta às tendências do mundo gastronômico”, conta.

Já para Higor Maxweel Teixeira, de 19 anos, a motivação para ingressar na carreira gastronômica foi a necessidade de cozinhar desde muito cedo. “Eu sempre gostei de preparar alimentos. Além disso, minha mãe trabalhava o dia todo, então desde pequeno eu precisei aprender a me virar sozinho”, conta. Com o sonho de ter uma hamburgueria e trabalhar com carnes e molhos, a opção por um curso de Gastronomia foi o primeiro passo para se tornar um chef. “Apesar de cozinhar em casa, o curso foi meu primeiro contato aprofundado com a cozinha. Além disso, para gerir meu próprio empreendimento, preciso de uma formação que também me garanta conhecimentos em gestão, parte essencial do sucesso do negócio”, explica.

Possibilidades de atuação

Mas a formação em Gastronomia não é apenas para quem pretende ser chef de cozinha, tem ou deseja ter um negócio próprio. Segundo Ana Lúcia, o mercado está aquecido, ainda há falta de profissionais completos e muitas outras carreiras. “O profissional pode trabalhar na produção de doces e salgados por encomenda (chef pâtissier); atuar em residências particulares preparando cardápios e receitas personalizadas (personal chef); prestar consultoria a restaurantes; fazer vistorias em cozinhas industriais e restaurantes para verificar se as regras de segurança alimentar estão sendo cumpridas; criar e preparar pratos usando alimentos fornecidos por determinada indústria (desenvolvimento de produtos); na gestão de estabelecimentos comerciais, industriais, hospitalares e refeitórios; entre outras possibilidades”, enumera.

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