Saiba como identificar precocemente os indícios de infarto

Responsável por cerca de 30% das mortes no Brasil, o infarto do miocárdio, ou ataque cardíaco, como é mais conhecido, ocorre quando coágulos de sangue, formados sob placas de gordura (ateromas), obstruem, abruptamente, as artérias coronárias. Porém, embora ocorra de maneira repentina, o problema pode fornecer indícios com dias ou até semanas de antecedência. “Isso é possível porque, antes que um infarto aconteça, há um acúmulo gradativo de trombos (coágulos) nas paredes arteriais internas. Ao debilitar a saúde, esse processo permite que o paciente possa perceber sintomas que podem indicar a iminência de algo mais sério. Portanto, é imprescindível ficar atento”, afirma o Dr. Leopoldo Piegas, cardiologista e coordenador do Programa de Cuidados Clínicos do Infarto Agudo do Miocárdio do HCor.

Para alertar portadores ou pessoas que pertencem ao grupo de risco das doenças cardiovasculares, o médico aponta quais sinais podem ser sentidos antes de um infarto. “Muitos dos eventos cardiovasculares ocorridos podem apresentar sintomas precoces. Porém, em quase todos esses casos, tais indícios costumam ser ignorados”, acrescenta o cardiologista, lembrando que os principais fatores de risco para infartos são tabagismo, hipertensão, colesterol elevado, diabetes, sedentarismo, obesidade, estresse e histórico familiar.

Dores torácicas

De acordo com o Dr. Piegas, o primeiro indício de que o paciente deve procurar um médico, o quanto antes, são dores na região do tórax e do peito que costumam se irradiar de diferentes maneiras para os ombros, costas, braços, pescoço e o maxilar. “Esse tipo de dor pode aparecer semanas antes de um infarto de maneira bastante súbita. Pode ser sentida durante o dia, em meio à rotina, ou a noite, quando o indivíduo se recolhe para dormir”, acrescenta.

Dificuldades respiratórias

Outro sinal preocupante é a dificuldade para respirar. O cardiologista do HCor explica que, em muitos casos, o paciente pode ter uma sensação de compressão peitoral que afeta os pulmões. “Esse sintoma geralmente provoca falta de ar e incomodo. Mesmo que não seja frequente, os indivíduos que sentem esse tipo de evento, a recomendação é marcar uma consulta o quanto antes”, alerta.

Desorientação e desmaios

Tontura, vertigem e até desmaios também podem apontar para problemas cardiovasculares. Nos casos em que tais ocorrências são frequentes é preciso primeiro passar por uma consulta médica, antes de voltar aos afazeres do dia-a-dia como dirigir, trabalhar ou mesmo realizar as tarefas do ambiente doméstico. “Esse cuidado pode evitar graves acidentes, caso o indivíduo desmaie ou fique desorientado em situações nas quais precise de equilíbrio, por exemplo”, avalia.

Náusea e mal-estar estomacal

Sintomas como dores abdominais, náuseas, entre outros relacionados a mal-estar estomacal, como azia, também merecem atenção. O Dr. Piegas explica que essas sensações geralmente são confundidas com uma simples indigestão, mas podem representar a presença de angina. “Por isso, poucos dão atenção necessária ao problema e não procuram ajuda médica, sendo surpreendidos por eventos cardiovasculares. Portanto, é preciso todo cuidado, também, com essas situações, já que costumam ocorrer quando infartos já estão próximos”, pontua.  

Suor frio 

Paralelamente à tontura e as dores torácicas, alguns indivíduos que integram o grupo de risco cardiovascular costumam sentir que estão suando frio. “Esse sintoma costuma aparecer dias ou horas antes de um infarto. O mais indicado é que, diante deste sintoma, é aconselhável procurar um hospital”, recomenda. 

Fraqueza

Mais um sintoma que pode anteceder eventos cardiovasculares é a sensação de fraqueza. Por se tratar de algo comum, o problema pode passar desapercebido, já que pode ser motivado pelas mais diferentes razões. “Contudo, também precisa ser levado em consideração já que, em alguns casos, pode ocorrer em função do mal funcionamento do sistema cardíaco. À medida em que esse e todos os demais cuidados necessários são tomados, as chances de prevenir um infarto aumentam consideravelmente”, finaliza o Dr. Leopoldo Piegas.

<rita@targetsp.com.br>