Conheça alternativas para diagnóstico do câncer de próstata

Na próxima segunda-feira, dia 15 de julho, é celebrado o Dia do Homem no Brasil, importante data para promover o diagnóstico do câncer de próstata. Esse é o tipo de câncer mais frequente entre homens em todas as regiões do Brasil, apenas em 2018 foram 68.220 novos casos, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA). Embora a taxa de mortalidade para esse tipo de doença seja relativamente baixa, o rastreamento e a detecção precoce são importantes.

Os exames mais utilizados na detecção de tumores são a avaliação dos níveis do soro de PSA (Antígeno Prostático Específico, substância produzida pela próstata) e o toque retal, recomendado para homens a partir dos 50 anos. Exames de imagem, como a ressonância magnética, também podem ser utilizados. No entanto, para o diagnóstico definitivo, é necessária a biópsia, feita pelo médico patologista por meio da análise de tecido do reto ou do períneo.

Muito comum na Europa, a biópsia transperineal, região compreendida entre o saco escrotal e o ânus, tem como diferencial a forma de acesso às diversas regiões da próstata.

“Algumas regiões são pouco acessíveis à biópsia transretal, como a porção anterior da próstata. Nesses casos, a punção transperineal tem maior facilidade em representá-la”, segundo a Drª Katia Ramos Moreira Leite, médica patologista e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Patologia (SBP).

Além disso, a maior vantagem da biópsia transperineal seria os baixos índices de infecção. “Apesar da prevenção da infecção com o uso de antibióticos quando realizada a biópsia transretal, seus índices tem aumentado, principalmente por resistência bacteriana aos medicamentos, devido ao seu uso indiscriminado”, explica ela.

Inovações no diagnóstico

No âmbito tecnológico, a biópsia transretal e a transperineal se equivalem. Atualmente, a ressonância magnética multiparamétrica é o que há de mais novo para esse tipo de diagnóstico. Utilizada caso persista a suspeita de câncer e a primeira biópsia se mostre negativa, ela aponta com maior precisão a região suspeita, permitindo uma biópsia dirigida.

“Os estudos mostram que 1/4 dos pacientes poderiam não sofrer a biópsia nos casos onde a ressonância magnética se mostre normal. Mesmo que persista a suspeita de câncer, por exemplo, por níveis aumentados do PSA, o exame de ressonância normal está associado à ausência de câncer ou a tumores clinicamente insignificantes, que não alteram a qualidade de vida ou a longevidade do paciente. Mas, se a ressonância se mostrar alterada, a biópsia dirigida para essa área suspeita tem maior chance de fazer o diagnóstico”, detalha Moreira Leite.

Além desse, mais sofisticado, mais caro e menos acessível, complementa a médica patologista, “o equipamento de medicina nuclear com o uso de um marcador, o PSMA, utiliza um elemento radioativo, seguro e sem reações adversas, como marcador específico da célula cancerígena e é outra importante inovação no diagnóstico do câncer de próstata”, complementa.

Sobre a SBP
Fundada em 1954, a Sociedade Brasileira de Patologia (SBP) é uma instituição prioritariamente científica, que promove cursos, congressos e eventos para atualização, desenvolvimento e qualificação da especialidade. Além do mais, orienta, normatiza e valoriza a atuação profissional dos médicos patologistas. <jessicasouza@rspress.com.br>