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Escola aposta na automonia e incentiva bebês a comerem sozinhos e com as mãos

Escola aposta na automonia e incentiva bebês a comerem sozinhos e com as mãos

Bebês de até dois anos podem comer sozinhos? Na escola de educação infantil Interpares a alimentação guiada pela própria criança é incentivada diariamente, sob supervisão da nutricionista da instituição. Inspirada no método Baby-led Weaning (BLW), em português “desmame guiado pelo bebê”, a escola coloca em prática a alimentação participativa, na qual as crianças são estimuladas a terem mais autonomia durante as refeições e assim despertar a curiosidade pelos alimentos, tornando o café da manhã, almoço ou janta um momento de aprendizado e estímulo.

São oferecidos alimentos em pedaços em uma mesa adaptada para o tamanho das crianças. Nesta mesa todos os alimentos ficam ao alcance dos pequenos e eles podem escolher à vontade o que comer, sem a utilização de talheres. Todo o processo é acompanhado pela nutricionista Elisa Karkle e pelos professores, para que as crianças comam o necessário e não corram qualquer risco durante a refeição.

“A alimentação participativa estimula as crianças a entenderem sinais de fome e saber quando parar. Isso é muito importante, é um conhecimento para a vida saber quando parar e ter controle sobre a sua saciedade”, conta a nutricionista.  A recomendação é iniciar o método aos seis meses de vida (para aqueles que não nasceram prematuros ou têm o desenvolvimento atrasado), já que é necessário ter as habilidades necessárias para realizar a mastigação.

Nesse método, a intervenções dos adultos acontece pontualmente, como quando a criança demonstra interesse apenas em “brincar” com a comida – ou seja, explorar sua consistência, textura, aroma – e não ingerir. A nutricionista frisa que o BLW não é o único método utilizado na escola. “Classificamos o trabalho realizado aqui como de ‘alimentação responsiva’, que envolve várias técnicas e cuidados, sempre garantindo o protagonismo da criança.

Ela explica que o método BLW acontece especialmente na etapa da introdução alimentar complementar, na qual a criança ainda mama e está começando a aprender a comer, sem expectativas de quantidades, com foco na apresentação gradual dos alimentos.

“O processo de introdução alimentar deve ser singular, dependendo do ritmo e reações de cada bebê. Todos os fatores devem ser adaptados para que cada criança se sinta confiante e saudável”, explica Day Campos, diretora da escola. “Tratamos os bebês como sujeitos e permitimos o desenvolvimento de seus gostos e preferências”, completa a nutricionista.

A alimentação responsiva é uma forma de educação alimentar infantil que exige tempo, paciência, atenção e confiança por parte do adulto, mas traz resultados benéficos ao desenvolver prazer e naturalidade ao alimentar-se, resultando em um relacionamento harmonioso entre o bebê e o cuidador. 

“É muito comum vermos pais e mães interessados em aplicar esse método em casa, mas raramente isso acontece nas escolas, porque dar a comida na boca da criança é mais prático, mais rápido e não faz tanta sujeira – ou seja, é mais fácil. Mas por aqui não temos medo de ‘bagunça’ e nem de dar o tempo necessário a cada um. A infância precisa da nossa dedicação, compreensão e paciência”, finaliza Day.

<imprensa@agenciasouk.com.br>

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