“Às vezes o pouco é muito”: educadores de ONG falam sobre a rotina de sala de aulaEducar para transformar. Essa é a missão de milhares de professores pelo país que, dia após dia, entram nas salas de aula com o desejo mais puro: mudar a vida de algumas crianças. Esse é também o desafio dos educadores do Centro de Educação João Paulo II, localizado em Piraquara, que levam amor e educação aos quase 300 alunos matriculados atualmente na instituição. Provenientes de famílias de baixa renda da região, esses estudantes encontram em seus professores o caminho para a transformação.

“Independente das dificuldades de ser um educador, o prazer de conviver com crianças que vêem em você a esperança de um futuro promissor, não tem preço”, desabafa o professor de Educação Física Henrique Leal dos Santos, de 38 anos. Apaixonado pelos esportes, o educador – que trabalha no CEJPII há cinco anos – conta que escolheu a profissão para “poder dividir as experiências vividas e mostrar como o esporte é transformador na vida das pessoas”.

Ao se tornar um colaborador da escola-modelo, que atende aos alunos de maneira filantrópica, ofertando alimentação e ensino de qualidade, Henrique passou a se enxergar ainda mais como um potencial transformador. “Uma boa base de estudo é fundamental para o desenvolvimento humano. Interfere diretamente na formação do aluno. Muitas vezes os exemplos dentro da escola são as únicas referências positivas de um aluno, por isso, como educadores, temos um papel extremamente importante na sua formação”, destaca.

Justamente por este motivo, o professor considera que, apesar da responsabilidade ser gigantesca, a simplicidade é eficaz: às vezes o pouco é muito. “Procuro ser direto e mostrar as coisas boas, que por trás de um problema há uma solução, e que a satisfação do sucesso não tem preço. Quando chego ao local de trabalho e sou recepcionado com um sorriso, um abraço e até mesmo um simples aperto de mão, é a prova de que estou fazendo a coisa certa”.

Quando questionado sobre o fato de lidar diariamente com alunos carentes – tanto financeira quanto emocionalmente -, Henrique é direto: só o diálogo e a educação podem estabelecer relações com confiança entre estudante e educador. “Nos tornamos referências para alguns alunos e, partindo disso, vejo o professor como uma peça fundamental para o desenvolvimento do cidadão, mesmo diante das dificuldades que podemos encontrar. Nos tornamos mediadores entre a informação e o estudante, buscando melhorar a comunicação e novos saberes, criando oportunidades para além da linguagem educacional”, afirma.

Por fim, ao lembrar do seu dia e de tantos outros educadores, comemorado na próxima terça-feira (15), o profissional diz se sentir especial. “Quando os alunos sabem que naquele dia terão aula comigo, isso particularmente me faz uma pessoa muito feliz, pois quer dizer que cada dia eu tenho um momento marcante dentro do CEJPII”, finaliza.

 

Sobre o CEJPII

Fundado em 2010, o Centro de Educação João Paulo II oferta ensino e alimentação de qualidade para cerca de 300 alunos, atendidos de maneira filantrópica em regime integral e contra turno. Além disso, a instituição, que funciona com base em doações, oferece atividades complementares como reforço de literatura, matemática e língua portuguesa, além de oficinas de dança e teatro. Para ajudar a escola, basta acessar http://www.joaopaulosegundo.org.br/doacoes.php. jornalismo@203comunicacao.com.br

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