Antecipação de recebíveis movimentou R$ 83 bilhões no Brasil

A antecipação de recebíveis tem se tornado uma das modalidades de crédito cada vez mais disseminadas no Brasil. De acordo com dados do Banco Central, em agosto, esta foi a linha de crédito empresarial que mais cresceu no país totalizando R$ 83,7 bilhões, uma alta de 31,5% em relação ao mesmo período de 2018.

Os recebíveis são títulos de crédito estabelecidos por uma negociação entre compradores e fornecedores com um valor negociado a ser pago em um prazo determinado. Muitas vezes, no entanto, o fornecedor sente a necessidade de antecipar o recebimento, em função de alguma necessidade de fluxo de caixa, seja para sustentar suas atividades ou realizar investimentos.

Como na antecipação o empresário não está emprestando e sim utilizando um valor que já é da empresa, as taxas acabam sendo menores que os empréstimos disponíveis no mercado e a burocracia bem menor que a encontrada convencionalmente em outras categorias. Está aí a primeira grande vantagem responsável pela expansão deste mercado no Brasil.

Contudo, outro fator/benefício têm tornado esta prática promissora: a automação. Por meio das Fintechs é possível realizar todo o processo de antecipação de recebíveis em poucos minutos, de modo digital e a juros extremamente atraentes. “Com as Fintechs, é possível ter a garantia de pagamento pelo comprador (risco controlado), e assim ter acesso a juros baixos e sem aquela burocracia que geralmente existe em empréstimos com grandes instituições financeiras”, conta Ronaldo de Oliveira, sócio-diretor da Giro.Tech, fintech especializada em antecipação de recebíveis.

A Fintech desenvolve plataformas customizadas para o setor financeiro das empresas com o qual é possível a elas ofertarem a antecipação de recebíveis aos seus fornecedores. A partir desta integração com o sistema da compradora o risco de fraude ou conluio é eliminado, o que garante taxas que partem de 1%, bem abaixo das comumente utilizadas no mercado, que, para o pequeno empresário, geralmente partem de 3% e podem chegar a 10%.

“Bom para o fluxo de caixa do pequeno empresário e também para as grandes empresas, que têm a sua cadeia de fornecimento fortalecida, podendo contar com a qualidade dos produtos e serviços entregues. Esta prática tem sido cada vez mais valorizada e bem-vista no mercado mundial e no Brasil e assegurado o crescimento acelerado de antecipações”, explica o diretor.

E por fim, o crescimento desta modalidade de crédito está vinculado à publicação da Lei 13.775, que autoriza a criação de duplicatas eletrônicas, garantindo maior liberdade e segurança nestas transações.

“Após a lei, que passou a valer em 21 de dezembro de 2018, o mercado aqueceu. Nós ampliamos o volume de antecipações em 200%. E de janeiro até setembro deste ano antecipamos mais de R$30 milhões em recebíveis”, afirma Ronaldo de Oliveira. A Giro prevê que até dezembro de 2019 sejam antecipados mais de R$50 milhões para pequenos e médios empresários.

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