Construindo e performando equipes remotas! Home office não é apenas mais uma tendência

Por Victor Hugo Marques Caldeira, gerente de projeto da DB1 Global Software*

Não falamos mais de futuro e muito menos de um diferencial quando o assunto é home office devido ao crescimento acelerado do mercado tecnológico.

Basta olhar para o ranking das 5 maiores marcas de acordo com a FORBES 2019, sendo a Apple como a primeira colocada, Google em segundo lugar, Microsoft em terceiro, Amazon em quarto e, por último, o Facebook, deixando as gigantes como Coca-cola e TOYOTA, por exemplo, para trás.

Cenário fantástico! Mas veja só: esta crescente do setor deixa cada vez mais escassa e concorrida a mão de obra qualificada, seja por limitações físicas causadas pela dor do crescimento acelerado ou, melhor ainda, pelo simples fato da empresa pensar no bem-estar de seus colaboradores oferecendo comodidade, autonomia e liberdade.

Mas nem tudo são flores! Contratar e montar uma equipe distribuída é bem simples, mas se fizer isso sem um planejamento consistente, um alinhamento de objetivos e principalmente sem construir um ambiente e cultura que suporte este modelo, certamente terá muitos problemas.

O objetivo deste artigo é apresentar alguns gatilhos e passos para a construção de equipes de alta performance no modelo remoto, com base em um trabalho que estamos construindo há dois anos na DB1 em geral, especificamente em um projeto de restruturação de arquitetura em uma empresa de saneamento e na manutenção, evolução e reestruturação da plataforma de um banco digital.

Saiba por onde começar a montar sua equipe remota

A escolha de uma equipe para validação do modelo e rompimento das barreiras iniciais é fundamental! Certamente o caminho mais seguro é eleger equipes com maior maturidade nos processos de desenvolvimento de software (indicadores, cerimônias, fluxo de trabalho) e com produtos mais estáveis. É importante que este processo de experimentação seja transparente para toda a equipe e até mesmo para empresa.

Estruture um contrato ou um termo que resguarde e garanta o entendimento de todos os direitos, sejam da empresa ou do colaborador. Além de conservar todos os lados, isto servirá como um acordo entre as partes, no qual existem algumas mudanças referentes ao modelo tradicional, sendo as principais: controle de jornada e obrigatoriedade de estar nas dependências da empresa.

A experimentação pode dar condições ao empregador e empregado de estabelecer um modelo mais justo e validado, deixando assim pequenos ajustes a serem feitos durante a estruturação das demais equipes.

Proporcione um ambiente e uma estrutura favorável ao modelo home office

Disponibilize equipamentos para áudio e vídeo conferência para os times (headsets e uma internet adequada). Faça com que a equipe remota se sinta parte da organização e perto do time, mesmo estando distante fisicamente. Por exemplo, desenvolver e oferecer stickers, canecas, itens que caracterize a empresa. Uma outra alternativa é um coffee virtual. Como isso funciona? Parece simples, mas é efetivo. A prática trata-se de um convite gerado por qualquer membro da equipe para os outros colaboradores ligarem suas webcams e conversarem casualmente com um café ou um “belisco”. Isso gera a sensação de proximidade, como se estivessem em uma cozinha presencialmente juntos.

Incentive uma cultura

Autonomia e resultados!

Não é novidade para ninguém que trabalhamos com pessoas, e elas naturalmente têm momentos de mais inspiração e momentos de menos inspiração, certo? Então, alinhe com a sua equipe os valores, princípios, objetivos e estabeleçam um “modelo de trabalho” de maneira construtiva, que é um ponto importantíssimo para que não se torne uma bagunça.

Na prática é importante que a equipe defina horários de reunião, ferramenta de comunicação, como proceder se alguém estiver ausente, o que fazer em atividades de crise ou impedimentos, quais serão as métricas e como serão coletadas e acompanhadas, por exemplo. Estabeleça papeis, responsabilidades e nível de autonomia do time. Enfim, os processos de maneira geral.

Invista em cultura e integração de novos entrantes

Com a crescente tecnológica eminente é utopia pensar que equipes irão se manter para sempre. O assédio do mercado é gigante! Claro, são importantíssimas as estratégias de retenção, mas a empresa tem que sobreviver e dar condições sociais cada vez melhores às pessoas e, para isso, é importante que as equipes se sustentem na sua cultura, nos seus processos e não em pessoas específicas. Tenha um processo de onboarding no qual seja abordado como funciona os processos da empresa e da equipe, o que é o produto, setup de ferramentas, fluxos, vídeos e o principal: uma integração dos pilares no que tange princípios, valores e objetivos. Materialize isto como se fosse uma injeção de DNA da empresa no colaborador!

Este processo não fica obsoleto?

Não, isto deve ser vivo na sua equipe e tudo isso é um material! Uma dica é que cada novo membro do time aprenda e complemente caso necessário ou que a equipe atualize mediante melhorias de processo, normalmente surgidas em retrospectivas. Trata-se de melhoria contínua, sobrevivência!

Procedimentos sólidos de gestão de pessoas

Neste item buscamos falar de retenção e sustentabilidade do time. Converse constantemente com sua equipe sobre o projeto, sua vida, expectativas, etc. Como se fosse aquela conversa de café.

Prospere junto com seu time! Sozinho, você vai mais rápido, porém juntos vamos mais longe. Não se trata apenas de um jargão. Reúna a equipe periodicamente (de acordo com suas condições), estimule práticas de gamificação, façam retrospectivas sinceras buscando melhorias, ou seja, assim como qualquer time, celebre as vitórias e aprendam com as derrotas.

Existem processos periódicos que visam a evolução profissional dos colaboradores. Como feedbacks, análise de desempenho, plano de desenvolvimento, palestras internas, etc. Tudo isso são exemplos de práticas que fomentam a interação das pessoas e estimulam os alinhamentos de expectativa.

Não é só a tecnologia que evolui, as pessoas também. E para mim essa é a etapa mais interessante de todo ciclo! Notem quantas vezes falamos em objetivos, resultados, modelos colaborativos. Cada vez mais as pessoas buscam autonomia e menos autoritarismo. E acreditem, quando a empresa consegue atingir essa maturidade cultural, abre um espaço incrível para inovação, melhoria contínua e sustentabilidade profissional.