Pesquisa ACP/ Datacenso aponta que coronavirus terá alto impacto no comércio

Sobre a duração da pandemia, 76% dos comerciantes apostam que ela acabará entre um e três meses. / E a perspectiva é de grande queda nas vendas, demissões e fechamento de empresas

Os comerciantes procuram se manter ativos e a pesquisa mostra que a ação mais utilizada para continuar com as vendas é o comércio pelo whatsapp

A Associação Comercial do Paraná (ACP) divulga uma pesquisa de opinião, realizada pela Datacenso, com comerciantes de Curitiba sobre os efeitos do coronavírus em seus negócios. Dentre os pontos questionados estão: qual o impacto sobre seu negócio; tempo que pode prejudicar os negócios; perspectivas de continuidade do negócio; probabilidade de redução de quadro de funcionários; e opinião sobre o isolamento social.

No geral, a pesquisa aponta que o comerciante curitibano acredita que o impacto do coronavírus em seus negócios será alto, apresentando queda nas vendas nos próximos meses e que deverá haver corte de pessoal.

A pesquisa da ACP/Datacenso entrevistou 200 comerciantes de Curitiba entre os dias 26 e 29 de março e o grau de confiança é de 95%. A maior parte é de micro e pequenos empresários (95%), sendo 78% de comerciantes dos bairros e 22% de comerciantes do centro da cidade.

Os comerciantes curitibanos acreditam que o impacto do coronavírus em seus negócios será alto em sua maioria (83%), sendo que 10% acham que o impacto será médio, 5% que será baixo e 2% será nenhum impacto. Com relação ao tempo em que o negócio poderá ser prejudicado, 54% dos entrevistados acham que será por muito tempo (mais de seis meses); 32% acham que será por um tempo médio (de quatro a seis meses); 13% acham que será por pouco tempo (de um a três meses) e 1% acham que não irá prejudicar.

Os comerciantes procuram se manter ativos e a pesquisa mostra que a ação mais utilizada para continuar com as vendas é o comércio pelo whatsapp (52%), por telefone (33%); e-commerce (21%) e aplicativo da loja, 9%. Este item tem percentual superior a 100% pois um mesmo comerciante pode adotar mais de uma estratégia. A maior parte está adotando a entrega de produtos ao consumidor (58%), contra 42% que não fazem entregas. Dentre os que estão fazendo entrega na época da pandemia do coronavírus, 76% já faziam entrega de produtos antes, enquanto 24% adotaram este procedimento agora.

Perspectiva de queda nas vendas

A respeito do efeito do coronavírus no volume de vendas, os comerciantes acreditam que o volume será reduzido (79%), enquanto 20% não sabem e 1% acham que as vendas não serão afetadas. Outro questionamento da pesquisa ACP/Datacenso é se o comerciante pensa em continuar com seu negócio. 47% deles pretendem continuar; 10% pretendem fechar as portas; 7% pretendem fazer uma pausa temporária e 36% não sabem o que farão.

Sobre o corte de colaboradores, a pesquisa aponta que 42% dos entrevistados pretendem reduzir o seu quadro; 38% pretendem manter o mesmo número de funcionários e 20% não sabem o que vão fazer ainda. Sobre a administração do quadro de funcionários, 23% pretendem antecipar as férias individuais; 17% pretendem reduzir a carga horária dos colaboradores; 16% pretendem negociar redução dos salários;14% pretendem organizar férias coletivas e 9% não pretendem mudar nada.

Sobre a duração da pandemia, 76% dos comerciantes apostam que ela acabará entre um e três meses e apenas 4% acreditam que ela vai durar mais de seis meses. A pesquisa questionou sobre a expectativa do comerciante após o final da crise. 62% se mostram preocupados com o futuro; 27% estão esperançosos e 11% se mostram desanimados.

O isolamento social, orientado pelas autoridades médicas em todo o mundo, é motivo de contrariedade entre os comerciantes de Curitiba. 57% são contra o fechamento de serviços não essenciais, mas 41% são a favor; 9% não sabem dizer e 3% estão indiferentes ao isolamento social.

Os comerciantes de Curitiba esperam que o governo tome alguma atitude para ajudá-los. 24% acham que deve ser reduzida a carga tributária ou os impostos; 20% acham que deve ser oferecido empréstimos com juro zero pelo BNDES e 16% pedem que haja uma redução da taxa de juros de todos os empréstimos. imprensa@acp.org.br