Síndrome pós-trombótica: entenda o que é a doença que surge como consequência do quadro de trombose

Embolia pulmonar é uma das complicações decorrentes da trombose venosa profunda, mas não é a única. A condição também pode levar a síndrome póstrombóticaque não possui cura e pode causar desde inchaço e manchas até úlceras e infecções.

Quando o assunto é trombose, condição caracterizada pelo desenvolvimento de um coágulo sanguíneo no interior das veias das pernas que impede a passagem do sangue, muito se fala sobre a embolia pulmonar, que ocorre quando, em caso extremos, o coágulo se desprende da parede da veia e corre pela circulação até chegar ao pulmão, podendo resultar até mesmo em morte súbita. Porém, a embolia pulmonar não é a única complicação que a trombose pode causar. “Embora boa parte das pessoas com trombose venosa profunda se recuperem completamente, cerca de 40% continua a sofrer com sintomas dolorosos e debilitantes nas pernas por anos após o diagnóstico do quadro. Esta condição é chamada de síndrome póstrombótica ou síndrome pós-flebítica”, explica a cirurgiã vascular e angiologista Dra. Aline Lamaita, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular,

De acordo com a especialista, a síndrome póstrombótica ocorre quando o coágulo sanguíneo causador da trombose não é completamente curado, passando a bloquear o fluxo sanguíneo e a prejudicar a válvula responsável por garantir que o sangue flua na direção correta. “No geral, a síndrome póstrombótica é mais comum em pessoas obesas, que tiveram diversos episódios de trombose na mesma perna ou que desenvolveram um coágulo de sangue na parte superior da parte ou na região pélvica”, destaca a Dra. Aline. “Os sintomas da síndrome normalmente incluem inchaço do membro afetado, surgimentos de vasinhos e varizes, sensação de cansaço nas pernas, principalmente ao fim do dia, e o aparecimento de úlceras, infecciosas ou não, e manchas na região do tornozelo, além de condições cutâneas como eczema, que podem tornar a pele mais frágil e suscetível a infecções.”

A má notícia é que a síndrome póstrombótica é uma condição crônica, ou seja, que não possui cura e seus sintomas surgem e desaparecem de tempos em tempos. Por isso, é importante tomar alguns cuidados para evitar o aparecimento e, caso a síndrome já esteja instalada, o agravamento, da doença. “Além do acompanhamento clínico com um angiologista, que ajudará a impedir a progressão da doença e controlar os sintomas, é fundamental o uso diário de meia elástica de compressãoque comprimem os vasos sanguíneos e, consequentemente, melhoram o retorno venoso. É importante também, três vezes ao dia, manter as pernas elevadas acima da altura do coração durante 30 minutos para ajudar a diminuir a pressão no interior das veias. Por fim, mantenha uma alimentação balanceada, controle seu peso, evite usar roupas apertadas, não permaneça longos períodos sentado ou em pé na mesma posição e, em caso de úlceras, visite o seu médico, que poderá ajudar no tratamento, cicatrização e prevenção de novos episódios”, finaliza a Dra. Aline Lamaita.

FONTE: Dra. Aline Lamaita, Cirurgiã vascular e angiologista, é membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, da Sociedade Brasileira de Laser em Medicina e Cirurgia, do American College of Phlebology, e do American College of Lifestyle Medicine. Formada pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, a médica participa, na Universidade de Harvard, de cursos de pós-graduação que ensinam ferramentas para estimular mudanças no estilo de vida nos pacientes em prol da melhora da longevidade e qualidade de vida. A médica possui título de especialista em Cirurgia Vascular pela Associação Médica Brasileira / Conselho Federal de Medicina. http://www.alinelamaita.com.br/

paula.amoroso@holdingcomunicacoes.com.br