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Comissão de Trauma da SBQ divulga análise do questionário sobre manejo das fraturas do quadril pelos associados

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Guilherme Guadagnini Falótico

O questionário respondido por 142 cirurgiões de quadril levou a Comissão de Trauma da Sociedade Brasileira de Quadril – SBQ – a produzir uma análise extremamente importante do perfil epidemiológico no manejo das fraturas na região do quadril.

O estudo revela, por exemplo, que em média o cirurgião opera anualmente 38,3 fraturas trocantéricas e que em 80% dos casos o implante intramedular foi o preferido para a fixação das fraturas. Em relação às fraturas do colo do fêmur, o cirurgião opera, em média, 39 fraturas do colo femoral e que a preferência é pela artroplastia. Em 65% dos casos é utilizada a via de acesso posterior, ao passo que a maioria se vale de próteses não cimentadas, 48,6%.

O trabalho mostra também que, os que atendem pelo SUS, 58,7% não possuem os implantes de preferência para suas cirurgias. O trabalho foi preparado em conjunto pelo presidente e pelo vice-presidente da Comissão de Trauma da SBQ, respectivamente Mustafa Ahmad Zoghbi e Guilherme Guadagnini Falótico.

As fraturas do quadril apresentam elevada prevalência em todo o mundo, em virtude do progressivo envelhecimento populacional. Na China, estudo de projeção epidemiológica, aponta para possível aumento destas fraturas da ordem de 6 vezes nas próximas décadas (de 700 mil fraturas em 2013 para 4,5 milhões em 2050). Durante o século 21 são esperadas cerca de 1,6 milhões de fraturas do quadril em todo o planeta.

A pirâmide populacional no Brasil se comporta de modo semelhante àquela dos países desenvolvidos, com aumento significativo dos indivíduos acima de 65 anos. As fraturas geriátricas do quadril têm se tornado assunto de saúde pública. A maioria delas tem a osteoporose como fator de risco principal e decorre de quedas ao solo durante atividades de vida diária. As mulheres são mais acometidas que os homens na proporção de 2 a 4 mulheres para cada homem, sendo as fraturas da extremidade proximal do fêmur as mais prevalentes (trocantérica e colo do fêmur). A quase totalidade destas fraturas necessita de tratamento cirúrgico.

A mortalidade após a cirurgia é elevada dentro do primeiro ano de pós-operatório. Um estudo nacional recente, de 2019, demonstrou mortalidade de 19,4% até 6º mês pós-operatório, sendo que a grande maioria dos óbitos acontece por descompensação de doenças clínicas.

Neste cenário, o ortopedista brasileiro precisa estar apto e capacitado ao tratamento das fraturas geriátricas. Assim, a Sociedade Brasileira de Quadril desempenha papel importante na geração de conhecimento e treinamento dos ortopedistas para o tratamento dos traumas do quadril.

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