De carne para idosos de asilo a reparo de respiradores, as ações sociais são promovidas por ortopedistas da SBQ

Leandro Alves entrega caixas de carne em asilo

Um frigorífico de Goiás fez um desconto importante para os cirurgiões de quadril Luciano Lucindo da Silva e Leandro Alves comprarem carne para os idosos de dois abrigos, que registram carência de proteína para os internados. Já em Minas Gerais o cirurgião de quadril Carlos Cesar Vassalo deu todo apoio e ajudou na formatação do projeto da AcelorMittal cujo levantamento comprovou a existência de 3.600 respiradores estragados em vários Estados, que já começaram a ser levados para reparo nas oficinas da empresa.

Esses são apenas dois exemplos das iniciativas filantrópicas dos associados da Sociedade Brasileira de Quadril – SBQ – já no início da crise provocada pela chegada do coronavirus ao Brasil.

Luciano e Leandro integram um grupo de 255 ortopedistas de quadril e outras subespecialidades os quais, isolados pela quarentena, se mantém ligados pelo WhatsApp. Eles contam que souberam dos problemas do Lar de Idosos São Vicente de Paula, com 74 idosos e do Abrigo Solar Colombino de Bastos com 60 que, isolados, recebiam muita doação de alimentos como arroz, feijão e macarrão, mas que estavam com grave carência de carne, verdura e material de higiene.

Leandro conta que assim que o fato foi divulgado no grupo virtual, “92 colegas fizeram transferências de recursos para uma conta que rapidamente acumulou R$ 8.700,00”, o que levou a uma consulta ao Frigorífico Goiás. “Sabendo que era para caridade, o Frigorífico nos deu um desconto significativo e com R$ 3.000,00 foi possível comprar 200 quilos de carne já processada e pronta para consumo”, e os ortopedistas ainda ficaram com saldo para outra compra, de material de higiene, também em falta nos dois asilos.

Em Belo Horizonte, Carlos Cesar Vassalo comentou sua preocupação com o previsível agravamento da epidemia de coronavirus com seu amigo de longa data Homero Storino, diretor comercial da ArcelorMittal, um importante grupo do setor de aço. Da conversa acabou resultando o reparo pela Arcelor de 38 respiradores do Hospital Madre Teresa e, numa pesquisa de abrangência nacional chegou-se à estimativa da existência de mais 3.600 respiradores com problemas, em vários estados brasileiros.

A empresa começou a trazer os equipamentos para Minas Gerais, para reparo, mas nessa missão comprovou outras necessidades previsíveis quando a epidemia ganhasse velocidade. Acabaram sendo garantidos recursos para que o Hospital Santa Margarida, de João Monlevade, amplie sua UTI com 10 novos leitos – que vão receber os respiradores funcionando e mais 16 leitos na Enfermaria.

Vassalo conta que a Arcelor está trabalhando também no desenvolvimento de um novo ventilador, cujo protótipo está sendo montado e o triste, diz ele, é verificar que ao lado dos pedidos de kits de segurança que são necessários, estão sendo recebidos pedidos insistentes de sacos de óbito que, infelizmente, diz ele, os médicos tem certeza de que serão necessários.