Confiança dos comerciantes paranaenses começa a cair

Índice da CNC e Fecomércio PR mostra que micro e pequenos empresários são os mais impactados pelos efeitos da pandemia

Conforme esperado, a crise provocada pela pandemia da Covid-19 afetou o otimismo dos empresários do comércio paranaenses. O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC), apurado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR), teve redução de 2,5% em abril e marca 128,2 pontos. Na variação anual, a queda foi de 2,1%.

Mesmo assim, a confiança do empresariado do Estado é superior à média brasileira. Com 120,1 pontos, o índice nacional teve diminuição de 5,3% de março para abril e baixa de 3,6% em relação a abril do ano passado.

A coleta dos dados ocorreu nos últimos dez dias do mês de março, o que corresponde à segunda quinzena da pandemia e início do isolamento social no Paraná. O diretor do Sistema Fecomércio PR, Rodrigo Rosalem, explica que no período analisado ainda não havia restrições à circulação de pessoas e à abertura do comércio tão severas, o que pode ter favorecido para que a queda no ICEC não fosse tão grande no Estado. “Apesar da queda de 3,4 pontos no ICEC do Paraná, que passou de 131,6 pontos em março para 128,2 pontos em abril, podemos dizer que a confiança do empresário paranaense é maior do que a nacional. A queda no Paraná, inferior à média nacional reflete o bom momento econômico que o Estado vivia antes da pandemia e a força de nossa economia”, ressalta o diretor.

O indicador avalia três pontos: condições atuais, expectativas e investimentos. A pesquisa verificou que no Paraná a pandemia, por enquanto, tem impactado mais fortemente a situação atual das empresas.

O subindicador Condições Atuais do Empresário do Comércio (ICAEC) apresentou retração mensal de 6,8%. A crise tem afetado principalmente as empresas de menor porte, com até 50 funcionários. Entre estas, a avaliação sobre as condições atuais, tanto da economia, do comércio em geral e da própria empresa, caíram 6,9%. Já entre as empresas de médio e grande porte, com mais de 50 funcionários, o ICAEC baixou 2,7%. Na segmentação por grupo de atividade, verifica-se que os estabelecimentos mais impactados são os que comercializam bens não duráveis e semiduráveis, com registro de diminuição de 8,4% e 8,9%, respectivamente. Já entre os comerciantes de bens duráveis, a opinião sobre as condições atuais caiu 4,1% de março para abril.

As Expectativas do Empresário do Comércio (IEEC) tiveram redução de 1% entre os lojistas paranaenses, ante queda de 6,3% na média nacional, evidenciando que boa parte dos empresários do Estado ainda confia na retomada dos negócios quando a pandemia passar.

Por outro lado, o Índice de Investimento do Empresário do Comércio (IIEC) teve pouca variação no Estado, com abrandamento de 0,3%. Entre as empresas com mais de 50 colaboradores, o subindicador, inclusive, teve elevação de 8,8% em abril, com aumento no Nível de Investimento das Empresas (NIE) de 13,6%, além da sinalização de contratação de funcionários (4,1%) e ampliação dos estoques (9,7%).

karla@pr.senac.br