Risco de contaminação existe se uma pessoa doente manipular a comida, mas aquecer ou reaquecer os alimentos é suficiente para diminuir a chance de contágio. De qualquer forma, é sempre mais saudável cozinhar seu próprio alimento
Segundo a médica, esse risco de contaminação da embalagem pode ser minimizado, esvaziando o conteúdo em um prato limpo, descartando a embalagem em um saco de lixo e lavando bem as mãos antes de comer. “Tire a comida do recipiente com uma colher e coma com garfo e faca, não com as mãos”, diz a médica. “No caso da compra de alimentos para cozinhar, as embalagens devem ser limpas com água e sabão, desinfetante, água sanitária ou álcool de limpeza 70”, explica a médica nutróloga Dra. Marcella Garcez, diretora da Associação Brasileira de Nutrologia.
Apesar disso, a nutróloga argumenta que, no momento de isolamento social, o melhor a fazer é cozinhar seu próprio alimento. “Ao manipular seu próprio alimento, você tem a opção de fazer escolhas mais saudáveis, que são limitadas quando observamos um cardápio pronto de um restaurante. É mais fácil também dosar a quantidade correta ao cozinhar, já que há a preparação prévia de porções de comida do tamanho adequado para você. Pense em seu prato como se fosse um gráfico de pizza. O ideal é que 50% desse gráfico seja composto de vegetais e legumes, 25% devem ser proteínas animais ou vegetais e os carboidratos, preferencialmente complexos, compõem os últimos 25%”, diz a Dra. Marcella.
No geral, segundo a médica, as refeições disponíveis nos aplicativos ou serviços de delivery são lanches, frituras e alimentos ricos em carboidratos. “Dá para fazer boas opções, mas não temos a noção da real porção dos ingredientes de cada prato. Pode vir, por exemplo, arroz e batata demais, em detrimento de proteína, verduras e legumes”, diz a médica.
Segundo a cirurgiã plástica Dra. Beatriz Lassance, membro do Colégio Brasileiro de Medicina do Estilo de Vida, uma forma positiva de lidar com o período de isolamento social é aproveitá-lo para criar novos hábitos mais saudáveis, como manter uma alimentação balanceada e cozinhar. “Esse é um bom momento para iniciarmos bons hábitos de vida e introduzi-los na nossa rotina. Isso ajudará muito, pois quando voltarmos à vida normal, estaremos mais dispostos a seguir com a vida saudável, o que pode trazer muitos ganhos e prevenir uma série de doenças”, afirma a cirurgiã plástica. “Por exemplo, você pode usar esse tempo de sobra que estamos tendo durante a quarentena para aprender a cozinhar e preparar refeições caseiras. Assim, além de comer mais saudavelmente, você ficará menos ansioso e mais relaxado, pois o hábito de cozinhar ajuda na redução do estresse”, diz a Dra. Beatriz.
Por fim, a médica nutróloga lembra que uma boa alimentação é essencial nesse momento, pois possui papel fundamental na manutenção e fortalecimento do organismo, sendo responsável por fornecer nutrientes essenciais para as funções orgânicas, inclusive as imunológicas. “Uma alimentação equilibrada, variada, colorida, com alimentos os mais naturais e funcionais possíveis, associada a uma hidratação adequada, certamente vai ajudar o organismo a ter respostas mais favoráveis do sistema imune”, finaliza a médica nutróloga.
Fontes:
*DRA. MARCELLA GARCEZ: Médica Nutróloga, Mestre em Ciências da Saúde pela Escola de Medicina da PUCPR, Diretora da Associação Brasileira de Nutrologia e Docente do Curso Nacional de Nutrologia da ABRAN. A médica é Membro da Câmara Técnica de Nutrologia do CRMPR, Coordenadora da Liga Acadêmica de Nutrologia do Paraná e Pesquisadora em Suplementos Alimentares no Serviço de Nutrologia do Hospital do Servidor Público de São Paulo.
*DRA. BEATRIZ LASSANCE: Cirurgiã Plástica formada na Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e residência em cirurgia plástica na Faculdade de Medicina do ABC. Trabalhou no Onze Lieve Vrouwe Gusthuis – Amsterdam -NL e é Membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, da ISAPS (International Society of Aesthetic Plastic Surgery) e da American Society of Plastic Surgery. Além disso, é membro do American College of LifeStyle Medicine e do Colégio Brasileiro de Medicina do Estilo de Vida.