Negócios não irão sobreviver caso não se adaptem às necessidades da crise, apontam especialistas

“Adapte seu negócio ou não sobreviva.” A frase é impactante em qualquer cenário econômico, mas acaba sendo potencializada em tempos de pandemia global. Essa é a análise do executivo e administrador de empresas Michael Fukuda, sócio diretor da Benkyou e diretor regional da Entrepreneurs Organization (EO) Brasil, compartilhada com os seguidores do World Trade Center Curitiba (WTC), em live realizada no Instagram @wtccuritiba.

As entrevistas são apresentadas semanalmente por Milton Fabrício, diretor executivo do WTC Curitiba e Joinville. “Essas transmissões fazem parte da estratégia digital do WTC que, como uma associação de negócios, busca fomentar a troca de experiências entre profissionais e empresas. Durante o isolamento social, estamos impossibilitados de realizar eventos presenciais, mas isso não impede o nosso newtorking digital”, observa Fabrício.

Especialista em mentoria de profissionais e empresas, Michael Fukuda destaca seis reflexões que precisam ser feitas e colocadas em prática o quanto antes para que gestores consigam se adaptar diante da crise. “Reuni os principais aprendizados de outros empresários e associações, como a EO, e alerto para seis passos: controle do seu negócio, desprendimento para mudar, velocidade em tomar as decisões, abraçar as mudanças, manter a ética e os valores da empresa e, por fim, empregar bem o seu tempo”, elenca.

Ricardo Moraes, CEO da Rodhium Impact, e Michael Fukuda, sócio diretor da Benkyou

Adaptações são parte da vida

Fukuda reforça que nossa vida é marcada por adaptações desde a infância, quando mudamos de escola ou de cidade, até as grandes alterações de carreira e empresas na vida adulta. “Adaptação é sempre uma atitude necessária. A pandemia não vai quebrar as empresas que precisarem parar suas atividades por algumas semanas. Se isso acontecer, se deve a uma situação anterior, de como o gestor vinha conduzindo o negócio. Esse é o primeiro ponto importante. Qual é o seu business? Onde estão seus fôlegos? O ideal é ter esse planejamento de forma processual e automatizado, que independa do modelo de negócio. Para se enxergar oportunidades na crise, é importante manter esse controle.”

Segundo Fukuda, uma das primeiras perguntas que se deve fazer ao iniciar um ano fiscal é se aquela pequena ou média empresa conseguiria sobreviver caso ficasse seis meses sem a entrada de dinheiro em caixa. “Poucos conseguem fazer isso, já que o empreendedorismo no Brasil traz várias dificuldades. Em média, o pequeno empreendedor tem fluxo de caixa para 27 dias, segundo pesquisas do setor.”

Abrace as mudanças

Desprendimento para mudar os negócios, velocidade ao tomar as decisões e “abraçar as mudanças” são três outros pontos importantes, na avaliação do executivo. “É preciso fazer a reflexão de desprendimento sem esquecer do propósito da marca. As formas de se prestar o serviço podem se alterar, mas o propósito permanece. Tornar seu negócio online, sob demanda. Nosso comportamento vai ser profundamente alterado após a pandemia. Viva o presente, adapte-se e abrace as mudanças”, enfatiza.

Por fim, Fukuda destaca que os “oportunistas da crise” pagarão por isso, já que o consumidor não costuma esquecer quem se aproveita de vulnerabilidades temporárias. “A ética e os valores vão separar as atitudes das empresas. A maneira de se relacionar com clientes e fornecedores, a parceria e as flexibilizações. Isso sem falar na consciência das pessoas. Será que vão perdurar os hábitos de higienizar mais as mãos e usar máscaras quando estivermos resfriados?”

Empreendedorismo transformador

CEO da Rodhium Impact & ESG Investments Business Transforming e presidente da EO (chapter Curitiba), Ricardo Moraes acredita que o empreendedorismo tem um poder transformador, que acaba sendo fortalecido após cada momento de crise pessoal ou profissional. “Faz parte da jornada empreender e perder. A gente aprende e se desenvolve com os erros, quando os ressignificamos no processo de aprendizado. O empreendedor tem a vontade de se levantar depois de cair, e de acreditar em seu negócio”, define.

Outra lição importante como empreendedor, segundo Moraes, é superar o tabu de não conversar com os concorrentes. “Conversar e negociar são práticas que precisam ser estimuladas. Você nunca sabe quando poderá comprar ou ser comprado por outra empresa. Essa é uma realidade que precisa ser acompanhada. Um ponto extremamente relevante é fazer amizades por onde passamos, posicionar os colaboradores que mais nos ajudaram em boas posições após processos de transições de gestão. Afinal, um negócio nunca é construído apenas pelos sócios.”

As lições da pandemia 

Algumas lições importantes já estão sendo observadas com a pandemia, na avaliação do executivo. “A primeira é que a prioridade são as pessoas. Acredite em si mesmo, cuide da saúde, da família e reflita sobre como é importante ter uma vida balanceada. É preciso encontrar esse equilíbrio. Destaco também a prática do home office e a produtividade gerada por ela. É importante ter liderança e boa gestão em momentos como esse, fazer a diferença na tomada de decisões por mais que os desafios sejam grandes. Tenha perseverança, acredite em você. Negocie e sobreviva. Temos que sair dessa crise para crescer rapidamente. As dificuldades geram parcerias e oportunidades, diversificação para as empresas”, resume Moraes.

Lives semanais com especialistas

As análises de Fukuda e Moraes foram compartilhadas com o público que acompanha as lives semanais realizadas pelo WTC Curitiba em seu perfil do Instagram (@wtccuritiba). As transmissões já reuniram análises jurídicas sobre as relações de teletrabalho, perspectivas do mercado financeiro, estratégias de marketing digital, além de aspectos tributários da crise.

Sobre o World Trade Center

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