Conforme já se verificou nas pesquisas anteriores para a Páscoa e Dia das Mães, o impacto da pandemia do coronavírus (Covid-19) afetará o comércio de Curitiba também no Dia dos Namorados. A pesquisa mostra que a estimativa é de haja uma queda de 46% nas vendas para esta data em relação a 2019.
A pesquisa Associação Comercial do Paraná/Datacenso ouviu 333 entrevistados na capital paranaense, sendo 100 comerciantes e 233 consumidores, entre os dias 29 de maio e 3 de junho, com grau de confiança de 95%. A pesquisa teve como público 51% do sexo masculino e 49% do sexo feminino. Dentre os entrevistados, 69% moram junto com seu parceiro (a) e 31% não moram.
Os comerciantes estão pessimistas, sendo que 75% dos entrevistados acreditam que as vendas serão inferiores neste Dia dos Namorados em relação à mesma data do ano passado; 6% acham que venderão a mesma coisa; 5% acham que venderão mais e 14% ainda não sabem. Em relação ao seu próprio negócio, os comerciantes estão preocupados com o futuro (41%); 30% estão esperançosos; 21% estão desanimados e 8% estão aguardando novas oportunidades chegarem. Já em relação à expectativa dos comerciantes em relação à economia, 56% estão preocupados; 25% estão desanimados; 13% estão esperançosos e 6% aguardam novas oportunidades.
A pesquisa quis saber o impacto da pandemia no comércio de Curitiba. 83% dos entrevistados responderam que tiveram de fechar as portas e 17% não precisaram fechar. Mas a diferença é grande entre comerciantes do bairro e do centro da cidade, sendo que 8% dos comerciantes do centro não fecharam contra 23% do comerciante de bairro. Já entre os que tiveram de fechar as portas, 92% são do centro e 77% nos bairros.
A maior parte dos comerciantes ficou sem trabalhar até 15 dias (29%); 21% fecharam de 16 a 30 dias; 19% fecharam mais de 60 dias; 17% entre 31 e 45 dias e 13% entre 46 e 60 dias.
A pandemia afetou o comércio curitibano, conforme mostra a pesquisa. 87% tiveram queda nas vendas; 65% tiveram alteração no fluxo de clientes; 56% enfrentaram falta de recursos para pagamento de seus compromissos; 54% ficaram sem capital de giro; 38% fizeram dispensa temporária de funcionários e 32% demitiram funcionários. Este item tem total maior do que 100% porque mais de um fator pode ser escolhido.
Roupas são o presente preferido
Em relação à comemoração do Dia dos Namorados, dos 31% dos casais que não moram juntos, 75% deles vão estar juntos no dia. O presente preferido para a data deste ano serão as roupas (39%), seguido por jantar/almoço (21%); perfumes e cosméticos (21%); bebidas (14%); flores (12%) e bolsas/acessórios (10%). Este item também dá mais de 100% porque podem ser escolhidos mais de um presente. O consumidor preferencialmente vai pesquisar os preços antes de comprar (76%) e 24% não irão pesquisar os preços. A pesquisa de preços será feita nos sites de busca (45%); sites de lojas (19%); nas redes sociais (17%) e nos comparadores de preços (13%); indicações de amigos ou familiares e outras fontes de pesquisa somam 6%.
A exemplo do Dia das Mães e da Pásoca, a compra pela internet será a principal escolhida pelos consumidores para o Dia dos Namorados (69%); sendo que 17% pretendem comprar em lojas físicas e 14% nos shopping centers. O gasto para o presente deste ano vai ter uma queda. No passado, o gasto médio foi de R$ 138,00, enquanto neste ano a estimativa é de um gasto de R$ 134,00.
A pesquisa questionou os consumidores se a pandemia afetou seus ganhos. 53% afirmaram que sim e 47%, que não afetou. Mesmo assim, 80% não vão precisar do auxílio do governo nem de empréstimos bancários. Finalmente, a pesquisa questionou se o consumidor se sente seguro para circular em lugares públicos. 67% disseram que não e 33% disseram que sim.
Segundo o CEO do Grupo Datacenso, Claudio Shimoyama, “como esperado, a pesquisa revela um comerciante curitibano preocupado com os seus negócios e apreensivo com as vendas do Dia dos Namorados 2020. Assim como os consumidores, que estão comprando somente o necessário. Infelizmente, a pandemia de coronavírus continua impactando negativamente o desempenho do comércio, que vem apresentando queda preocupante no volume de vendas, além disso, os comerciantes tiveram que dispensar temporariamente alguns funcionários e quase um terço teve que fazer demissões”, disse ele. imprensa@acp.org.br