Saiba 6 causas que fazem você sentir os seios pesados e doloridos e entenda quando buscar o médico

No geral, elas desaparecem sozinhas ou com ajuda de medicamentos ou modificações na dieta. Mas fique de olho que, em alguns casos, a consulta médica é fundamental

Saiba 6 causas que fazem você sentir os seios pesados e doloridos e entenda quando buscar o médicoVariações hormonais, uso de anticoncepcional, gravidez e amamentação são alguns dos principais motivos que levam uma mulher a sentir dor nos seios, que também podem ficar “pesados”. “A maioria das causas não é motivo de preocupação. Mas em alguns casos é fundamental procurar ajuda médica, pois se for um problema mais sério, pode ser descoberto no começo e tratado de forma mais eficaz”, afirma a médica ginecologista Dra. Ana Carolina Lúcio Pereira, membro da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia). “A maioria dos casos de dor no peito desaparece por conta própria. Uma pessoa não precisa consultar um médico se a dor desaparecer e não retornar, ou se ela tiver uma dor cíclica na mama que não é insuportável. No entanto, uma pessoa deve consultar um médico para: sinais de infecção durante a amamentação, especialmente se sentir febre ou mal-estar; intensa dor no peito durante ou após a amamentação; um nódulo no peito, especialmente um nódulo duro que não desaparece após o período de uma pessoa; descarga do mamilo; qualquer dor no peito que seja intensa ou insuportável. O rastreamento da dor no peito ao longo do tempo pode ajudar o médico a dar um diagnóstico adequado. É importante informar o médico se a dor piorou progressivamente ou se apareceu pela primeira vez após uma lesão”, acrescenta a ginecologista. Abaixo, a especialista aponta as seis principais causas de seios doloridos e pesados:

  1. Mastalgia – O termo se refere justamente à dor nas mamas e existem dois tipos: “A primeira é a dor cíclica da mama, que os períodos menstruais costumam causar. O segundo é a dor não cíclica da mama, que pode vir da mama ou dos músculos e articulações que a circundam”, diz a Dra. Ana Carolina. A dor cíclica da mama geralmente ocorre no momento da ovulação e continua até o início do ciclo menstrual. Ela pode ocorrer em um ou ambos os seios e pode variar de leve a grave, mas afetar também as axilas. “Já a dor mamária não cíclica não varia com o ciclo menstrual de uma pessoa e ocorre em um único local e não desaparece. Nesse caso, o que gera essa dor está relacionado a um trauma, um golpe no peito e dores artríticas e musculares”, diz a médica. Para o tratamento da dor, a ginecologista indica compressas quentes e medicamentos analgésicos, como ibuprofeno ou acetaminofeno, que podem ajudar na dor cíclica da mama. Algumas dicas para prevenir e aliviar a dor cíclica podem incluir: a redução da ingestão de cafeína, diminuir o consumo de gorduras e aumento na ingestão de alimentos com Vitamina E (amêndoas, castanha do pará e semente de girassol).
  2. Gravidez – Por conta de todas as mudanças hormonais que ocorrem na gestação, os seios podem parecer macios ou pesados durante a gravidez, inclusive no primeiro trimestre. “A progesterona pode causar sensibilidade mamária. Esse hormônio ajuda a manter a gravidez e também aumenta na segunda metade do ciclo menstrual de uma pessoa. À medida que a gravidez avança, os seios crescem. Esse crescimento pode causar dor se o sutiã da paciente estiver muito apertado. Isso também pode fazer com que os seios pareçam mais pesados, potencialmente causando dores nos ombros e nas costas”, diz a médica. Quando os seios começam a produzir leite, isso pode causar sensações incomuns no peito ou uma sensação de saciedade ou peso. “Às vezes, também pode causar dor”. No caso do tratamento, é aconselhável usar um sutiã mais específico de maternidade, que se encaixa corretamente e pode ajudar a aliviar qualquer dor. De acordo com uma revisão sistemática de 2016, uma pessoa também pode tentar aplicar compressas frias e quentes intermitentemente nas áreas doloridas por 20 minutos duas vezes por dia para reduzir a dor. “A dor geralmente não é tão grave para exigir medicação”, diz a ginecologista.
  3. Amamentação – Após o parto, a amamentação pode ser dolorosa e os seios de uma pessoa podem parecer pesados. “A mãe e o bebê precisam se acostumar com o fluxo da produção de leite e com uma nova rotina. Após as primeiras 48 horas, pode ocorrer ingurgitamento, quando os seios ficam pesados e cheios de leite. Os seios podem parecer grandes enquanto se sentem cheios, pesados e muito sensíveis”, diz a médica. Para tratar esse tipo de dor, a médica sugere que a mãe amamente ou expresse leite a cada 2 horas; massageie os seios suavemente; use compressas quentes, como toalhas quentes, antes da amamentação; expresse um pouco de leite para suavizar a área ao redor dos mamilos e incentivar o bebê a se agarrar; use uma compressa fria, como um saco de legumes congelados envolto em toalha, após as refeições.
  4. Infecções – Duas infecções comuns que podem causar dor no peito são a mastite e infecção por candidíase ou levedura. “A mastite pode ocorrer após um longo período de ingurgitamento ou quando os dutos de leite ficam entupidos. Nesse caso, os sintomas podem incluir: febre, arrepios, uma área quente ou inchada no peito, náusea, fadiga, vômito e descarga amarela do mamilo. O tratamento é feito após avaliação médica e, nesse caso, o paciente deve fazer uso de antibióticos com orientação do ginecologista”, afirma. Segundo o Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas, é seguro que uma pessoa continue amamentando se tiver mastite e estiver usando antibióticos. No caso da infecção por candidíase ou levedura, os sintomas podem incluir: mamilos doloridos, mamilos rosados, escamosos, brilhantes, rachados e com coceira, seios doloridos, e no caso de puérperas, ela pode sentir dor intensa no peito após a amamentação e é observado no bebê manchas brancas na língua, gengivas ou bochechas. Medicamentos e substâncias antifúngicas como a violeta genciana devem ser indicados pelo médico. Para prevenir o problema, é recomendado que as gestantes lavem e roupas em água quente com água sanitária, enxague os mamilos com uma solução de vinagre e água após a alimentação do bebê.
  5. Peitos fibrocísticos – A doença fibrocística da mama causa nódulos inofensivos nas mamas. Os seios podem parecer pesados ou cheios. “A fibrose ocorre quando há um espessamento do tecido mamário, o que pode causar secreção mamilar e dor no peito”, diz a médica. O tratamento para aliviar os sintomas são compressas quente ou fria, vestir sutiã confortável, evitar excessos de sal, cafeína e gordura na dieta, tomar contraceptivos orais e usar analgésicos. “Se houver um cisto incômodo, o médico poderá drenar o fluido.”
  6. Câncer – A maioria dos cânceres de mama não causa dor. “No entanto, se uma pessoa sentir dor no peito que não desaparece, deve consultar um médico para descartar a possibilidade de câncer.” Outros sintomas incluem: secreção mamilar sangrenta, alterações na pele ao redor do mamilo ou o mamilo virando para dentro, calor ou prurido nos seios (embora possa ser mastite), espessamento da pele com textura semelhante a casca de laranja, inchaço ou caroços que aparecem ao redor da clavícula e axilas, nódulo no peito que geralmente é duro e indolor. O tratamento geralmente envolve: remover todo o tumor, o que pode resultar em uma mastectomia (retirada do seio); quimioterapia, que pode encolher o tumor; e radioterapia, que pode destruir as células cancerígenas. “Nesse caso, a consulta com o médico é fundamental o quanto antes. Por esse motivo, ressaltamos a importância de manter os exames em dia e fazer o autoexame das mamas”, finaliza a ginecologista.

FONTE: DRA. ANA CAROLINA LÚCIO PEREIRA – Ginecologista, membro da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia), especialista em Ginecologia Obstetrícia pela Associação Médica Brasileira e graduada em Medicina pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro em 2005. Especialista em Medicina do Tráfego pela Abramet, a médica realiza consultas ginecológicas, obstétricas e cirurgias, atuando na prevenção e tratamento de doenças gineco-obstétricas com foco em gestação de alto risco.

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