Molly Everette Gibson quebrou o recorde de embrião congelado por mais tempo, o que é especialmente impressionante visto que a técnica de congelamento utilizada em 1992 dificultava as chances de sobrevivência dos embriões.
Mas a boa notícia é que, atualmente, as técnicas modernas de congelamento de embriões já estão muito mais avançadas e garantem altas taxas de sucesso e sobrevivência, sendo assim fortemente recomendadas para preservar a fertilidade de pacientes com câncer, mulheres solteiras e quem deseja ter filhos em uma idade mais avançada. “Uma das técnicas mais modernas quando o assunto é congelamento de embriões é a vitrifiicação, na qual os embriões, após serem submetidos a um processo de desidratação, são rapidamente congelados a uma temperatura de 196°C negativos. Dessa forma, a qualidade do embrião é preservada, visto que não há formação de cristais de gelo ou danos celulares, o que faz com que sua sobrevivência ao descongelamento seja de 95%”, destaca o especialista.
E a técnica de congelamento de embriões não foi a única que evoluiu nesses 27 anos. De acordo com o especialista, hoje em dia já é possível também que os melhores embriões sejam selecionados para implantação no útero por meio de testes genéticos. Além disso, os embriões podem ser cultivados em laboratório até estágios mais tardios, o que garante maiores chances de sobrevivência dentro do útero. “Através da escolha assertiva, as chances de gravidez são muito maiores e são necessários que menos embriões sejam implantados no útero, o que reduz o risco de múltiplos bebês”, afirma o Dr Rodrigo.
Após o congelamento e a escolha dos embriões, geralmente realiza-se a fertilização in vitro, em que o embrião é reposicionado no interior do útero. E o que poucos sabem é que a implantação de embriões congelados possui taxas de sucesso iguais e até mesmo superiores à fertilização com embriões frescos. “Isso porque, para que os óvulos sejam coletados e fecundados em laboratório, é preciso realizar a indução medicamentosa da ovulação, que é feita por meio do uso de hormônios. E essa estimulação hormonal pode acabar prejudicando a receptividade endometrial e, consequentemente, a implantação do embrião no útero, o que não ocorre na técnica de transferência de embriões congelados, já que o endométrio é preparado isoladamente, não havendo interferência hormonal”, diz o médico.
Mas vale lembrar que cada caso é diferente do outro. Logo, antes de optar pelo congelamento de óvulos, o mais importante é que você consulte um médico especializado em reprodução. “Apenas ele poderá realizar uma avaliação de suas características individuas, levando em consideração fatores como idade e condições pré-existentes que podem interferir na fertilidade, para recomendar os procedimentos e técnicas de reprodução assistida mais adequadas para você”, finaliza o Dr Rodrigo da Rosa Filho.
*DR. RODRIGO DA ROSA FILHO: Ginecologista obstetra especialista em Reprodução Humana, membro da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA) e da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana (SBRH), o médico é graduado pela Escola Paulista de Medicina – Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM). Especialista em reprodução humana, o médico é colaborador do livro “Atlas de Reprodução Humana” da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana e sócio-fundador e diretor clínico da clínica Mater Prime, em São Paulo.