O PARANAPETRO repudia declaração do Presidente da Petrobrás

O PARANAPETRO repudia declaração do Presidente da Petrobrás

O PARANAPETRO, entidade que representa mais de 2.700 postos revendedores de combustíveis do Estado do Paraná, vem a público repudiar veementemente a declaração do Presidente da Petrobrás, senhor Roberto Castello Branco, ao jornal Valor Econômico, datado de 13 de janeiro de 2021, segundo a qual “os postos são rápidos em repassar aumento de preços aos consumidores e são lentos para repassar quedas de preços”.

A declaração expressa uma grave e surpreendente falta de conhecimento do mercado, pois ignora completamente que a cadeia de combustíveis não é formada apenas por refinarias e postos. Os postos não podem comprar diretamente das refinarias – são obrigados a comprar das distribuidoras. E conforme o Paranapetro tem apontado há mais de dois anos, quando iniciou a nova política de preços da Petrobras, são as Distribuidoras que têm repassado as altas com grande agilidade, ao mesmo tempo que demoram ou não repassam integralmente as baixas.

Vale ressaltar que as três maiores companhias distribuidoras possuem 70% do mercado de distribuição, numa enorme concentração de poder econômico. A Petrobras, por sua vez, tem o monopólio do refino, com mais de 90% deste mercado. Já os postos, ao contrário, atuam em meio a uma grande concorrência, com milhares de empresas independentes competindo entre si. A imensa maioria é formada por empresas familiares.

Diante destes números e das concentrações monopolistas no refino e na distribuição, fica evidente que o maior poder econômico está com a Petrobras e as distribuidoras. É, portanto, ingenuidade, ou falta de informação, culpar os postos, que são o elo mais frágil da corrente de abastecimento, pelo ritmo das altas e baixas dos preços.

Ademais, cerca de 50% do preço final dos combustíveis correspondem à impostos.

Nossa entidade vê com grande revolta que o principal porta-voz da Petrobras utilize o espaço que tem disponível na mídia para realizar afirmações inverídicas e que, mais uma vez, confundem a opinião pública sobre a realidade do setor de combustíveis.

A culpa não é dos postos, senhor Presidente da Petrobras!