SOBLEC promoveu live sobre prevalência de miopia em escolares

Miopia é a causa principal de perda visual para longe e afeta aproximadamente 39% da população mundial, o que representa 2,7 bilhões de pessoas

Na quarta-feira, 13 de janeiro, a SOBLEC – Sociedade Brasileira de Lentes de Contato, Córnea e Refratometria promoveu a live “Comprimento axial e prevalência de miopia em escolares na Região Equatorial do Brasil”, estudo realizado com a participação do médico oftalmologista Richard Yudi Hida, atual presidente da Sociedade Brasileira de Laser e Cirurgia Oftálmica.

O evento, coordenado pelos médicos oftalmologistas Tania Schaefer e Fernando Abib, respectivamente, presidente e vice-presidente da SOBLEC, contou com a participação dos oftalmologistas Célia Nakanami e Celso Cunha.

O estudo

A live abordou os resultados do estudo, publicado recentemente no Journal of Clinical Medicine, que avaliou a prevalência de miopia e o ambiente de luz na cidade de Aracati, no Nordeste brasileiro. Segundo o trabalho, a prevalência de miopia está aumentando globalmente e o ambiente externo com luz é considerado um possível fator que pode retardar a miopia.

De acordo com Richard Hida, foram realizados exames oculares em 421 escolares de 10 a 16 anos de idade. “Medimos a iluminância e a irradiância da luz violeta em Aracati, e as análises de regressão múltipla mostraram que a miopia não estava associada ao estilo de vida e ainda que a atividade ao ar livre é um fator que pode suprimir o início da miopia e a progressão por causa da iluminância da luz e do curto comprimento de onda da luz, incluindo a violeta, que é abundante ao ar livre”, explicou o oftalmologista. Portanto, uma das conclusões da pesquisa, segundo o médico, é que a prevalência de miopia é menor nas áreas equatoriais do Brasil, que têm maiores quantidades de luz solar do que outras áreas.

A miopia

A miopia é a causa principal de perda visual para longe e afeta aproximadamente 39% da população mundial, o que representa 2,7 bilhões de pessoas. O aumento dos casos da miopia se deve a uma série de fatores ambientais e características hereditárias e comportamentais.

De acordo com a presidente da SOBLEC, dos 210 milhões de brasileiros, estima-se que 57 milhões de habitantes sejam míopes, que correm o risco de degeneração macular miópica, retinosquise, glaucoma, descolamento de retina, catarata e outras doenças oculares. “Cabe lembrar que o custo econômico global anual da miopia é considerável”, observa.

A médica oftalmologista Tania Schaefer esclarece que o aumento do tempo gasto em ambientes fechados e de atividades que implicam uma “visão de perto” estão levando mais pessoas a sofrer de miopia. “Ressalta-se o uso contínuo de telas”, observa. Segundo a presidente da SOBLEC, a Organização Mundial de Saúde (OMS) elegeu a miopia como uma de suas cinco prioridades e a inseriu no programa “Iniciativa Global para eliminação da cegueira evitável”.