Morte recente de influencer levanta debate sobre a segurança de uma cirurgia plástica, como a lipoaspiração. Quando realizada em ambiente hospitalar e com profissional experiente, os riscos diminuem. Mas ainda assim há opções não invasivas com risco zero, como a criolipólise
De acordo com o Dr. Paolo, uma das principais dúvidas dos pacientes na hora da remoção da gordura é decidir entre a lipoaspiração e o CoolSculpting, tratamento estético de criolipólise considerado padrão ouro na redução de gordura de forma não invasiva. “A tecnologia é baseada na ação do frio/congelamento das células gordurosas que são muito mais sensíveis às baixas temperaturas do que os tecidos ao redor e as camadas da pele subjacentes. Após a sessão, que dura em média uma hora, o processo fisiológico de perda ocorre naturalmente pela eliminação progressiva das células de gordura que sofreram apoptose, ou seja, autodestruição por terem sido submetidas ao congelamento focado e controlado pela tecnologia utilizada no aparelho, porém sem causar queimaduras, úlceras ou danos ao tecido cutâneo da região tratada”, explica o médico.
Mas afinal, qual tratamento escolher? “A criolipólise é indicada para tratar gorduras localizadas e para pacientes que não apresentem excesso de pele. Já a cirurgia é indicada quando a quantidade de gordura a ser retirada é maior ou se houver flacidez de pele associada. Caso o paciente também não possa ter algumas semanas para repouso, a melhor opção é pela criolipólise, que permite que as pessoas mantenham suas atividades sem restrições”, explica o médico.
Além disso, se há um nível maior de gordura, a cirurgia é a melhor opção, já que permite a retirada de uma quantidade superior de gordura. “Em casos de gorduras localizadas ambas são indicadas”, diz o Dr. Paolo.
Risco é maior na cirurgia
De acordo com a Sociedade Americana de Cirurgia Plástica, em ambos os tratamentos existem possibilidades de irregularidades na superfície, mas segundo o médico, esse risco é maior na cirurgia. “Irregularidades podem acontecer pela retirada de quantidades diferentes de gordura em regiões próximas, ou caso a retirada seja mais superficial. Na lipoaspiração este risco é um pouco maior”, diz o médico. Outro efeito colateral é o aumento paradoxal da gordura. “A hiperplasia paradoxal de gordura é uma das possíveis complicações do uso da criolipólise, porém estudos mostram que é um evento raro, acontecendo em cerca de 0,0051 % dos pacientes, sendo mais comum no sexo masculino. O motivo de sua ocorrência ainda não é totalmente conhecido”, diz o cirurgião.
Com relação ao nível de dor, a criolipólise também leva vantagem. “Apesar da dor ser um sintoma muito subjetivo e variar para cada pessoa, ela tende a ser um pouco maior na lipoaspiração por ser mais invasiva e gerar mais trauma ao organismo. O resfriamento provoca um desconforto durante o procedimento e na massagem feita logo após a sua realização. A cirurgia tende a ter um período de mais dias com dor”, diz o médico.
Quanto aos cuidados, em ambos os casos, é fundamental que o paciente mantenha uma rotina de alimentação equilibrada e atividade física para que não ganhe peso e afete o resultado dos procedimentos. “No caso da lipoaspiração é fundamental ainda a realização de sessões de drenagem linfática e uso de malha elástica nas primeiras semanas após a cirurgia. As drenagens e a malha não são necessárias após a criolipólise”, finaliza o médico.
FONTE:
*DR. PAOLO RUBEZ: Cirurgião plástico, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, da Sociedade Americana de Cirurgia Plástica (ASPS) e da International Society of Aesthetic Plastic Surgery (ISAPS), Dr. Paolo Rubez é Mestre em Cirurgia Plástica pela Escola Paulista de Medicina da UNIFESP. O médico é especialista em Cirurgia de Enxaqueca pela Case Western University, com o Dr Bahman Guyuron (em Cleveland – EUA) e em Rinoplastia Estética e Reparadora, pela mesma Universidade e pela Escola Paulista de Medicina/UNIFESP. http://drpaolorubez.com.br/
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