Especialistas indicam passo a passo no alinhamento do ESG ao modelo de negócio das empresas

Mais do que uma tendência, as ações de governança ambiental, social e corporativa (ESG, na sigla em inglês) já se tornaram um movimento do dia a dia das empresas que desejam atrair investimentos e buscar oportunidades de melhorar a integração em suas comunidades. Criado pelo World Trade Center (WTC) Curitiba, Joinville e Porto Alegre, dentro do seu Programa WTC de Competitividade, o Grupo ESG realiza nesta segunda-feira (15), às 19h, a live “Principais desafios para implementar o ESG”. A inscrição é gratuita e deve ser feita pelo link.

A transmissão será feita pelo núcleo de gestão do grupo, com as presenças de Rachel Sampaio, advogada especializada em negócios, governança e nova economia, sócia da Rodhium Consultoria; Paulo Cruz Filho, co-fundador & Soul of Flowing da We.Flow – Together for a Better World, um negócio social voltado à expansão de consciência e de impacto de pessoa, comunidades, organizações e empresas; e José Godoi Filho, chief growth officer da Speed & Some Control for +1.000.000 companies da GoNew.CO.

Para Rachel Sampaio, o ESG muitas vezes já existe nas empresas, porém precisa ser olhado à luz do seu negócio. “Esse movimento pode vir de empresas de qualquer porte e setor, quando se entende de que forma as questões interagem com o negócio de cada companhia. Não gosto da ideia de se tentar ‘conseguir um ESG’ ou buscar um selo relacionado, como se fosse algo externo. Dizem que as empresas se movimentam com base em três Cs: convicção, conveniência ou constrangimento. Há um desafio cultural, da conscientização da diretoria e dos sócios da empresa. Há o caminho de buscar informações para entender o que deve mudar.”

Primeiros passos

Os especialistas concordam que o primeiro passo dentro de uma empresa na jornada do ESG é sistematizar, analisar todas as iniciativas e projetos que já são feitos, e dar os nomes necessários. A segunda etapa consiste no aprimoramento, para que as iniciativas ganhem visibilidade e gerem mais impacto. Em seguida, é preciso planejar o que falta fazer.

“Tudo isso vindo de cima para baixo, com uma governança bem feita. Não basta ter uma área de sustentabilidade e esperar que ela vá transformar o restante da empresa: o processo precisa envolver as lideranças, a diretoria ou o conselho. É preciso capacitação, entendimento sobre o que ESG significa, seus indicadores e estratégias”, afirma Sampaio, que é consultora do Banco Interamericano de Desenvolvimento, na coordenação do Laboratório de Inovação Financeira.

Outra dica valiosa é “olhar para os lados”, para os clientes, fornecedores e a concorrência, em um benchmark das boas ideias. Fazendo esse plano de negócios, a empresa vai poder se debruçar sobre ações bastante relevantes e pouco complexas, que podem ser implantadas imediatamente; sobre ações complexas pouco relevantes, que não devem ser feitas; e o que for muito complexo e relevante deve ser planejado para médio e longo prazo. Os resultados nem sempre são de ordem financeira, mas resultam em melhoria da percepção sobre a empresa, no maior engajamento e fidelização dos clientes e até na prevenção de multas e outras perdas.

Erros mais comuns

  • Governança:  ignorar onde estão os gargalos da implantação das boas práticas;
    Megalomania: querer ser a “empresa mais sustentável do universo”;
  • Sustentabilidade: considerar que “sempre esteve presente no DNA da empresa”, quando não é verdade. Nisso entra também a ansiedade: uma empresa que deseja se tornar a “mais sustentável do Brasil” em quatro meses, algo difícil até em quatro anos. É preciso tempo de entendimento, amadurecimento e disseminação da cultura de ESG;
  • Comunicação: quando em excesso, passa uma visão de que a empresa gasta mais dinheiro na publicidade do que com a ação em si. Quando insuficiente, cria a sensação de que as iniciativas não aparecem e os responsáveis estão sempre na angústia de “dever” resultados;
  • Gente: não ter cuidado com as pessoas envolvidas, gerando impactos mal dimensionados em seu dia a dia.

 

Programa WTC de Competitividade

Os grupos temáticos que integram o Programa WTC de Competitividade reúnem executivos C-level representantes das principais empresas do Sul do Brasil em encontros bimestrais. “O Brasil ocupa apenas a 71ª posição dentre 141 países no ranking mundial de competitividade, segundo estudo anual do World Economic Forum. Existem muitas discussões pertinentes que precisam ser fomentadas no meio empresarial. Os grupos crescem a cada encontro, pois as empresas trazem seus cases e podemos discutir com mais profundidade cada tema”, afirma Josias Cordeiro da Silva, CEO do WTC Curitiba, Joinville e Porto Alegre.

 

Sobre o World Trade Center

Somos um ecossistema global de comércio e investimento, criado há 50 anos como um ponto central de cooperação e conexão, visando a organizar e facilitar a expansão de negócios internacionais. Trabalhamos para dar continuidade ao legado do WTCA, de criar prosperidade e desenvolvimento econômico relevante, com foco no Brasil, mostrando ao resto do mundo o que os estados do Sul do Brasil têm de melhor a oferecer e perseguindo mais oportunidades para nossos associados. Aumentamos a competitividade das empresas locais, geramos negócios, fomentamos o comércio internacional, disseminamos melhores práticas globais, fomentamos a educação e a liderança empreendedora e trazemos inovação e investimentos para o país.