Março é o mês de conscientização sobre endometriose, principal causa de infertilidade entre mulheres

Atingindo de 10 a 15% das mulheres em idade fértil, endometriose pode ter seus sintomas facilmente confundidos com cólicas menstruais, o que atrasa o diagnóstico e aumenta a dificuldade de a paciente engravidar.

Março é o mês de conscientização sobre endometriose, principal causa de infertilidade entre mulheresOs meses de setembro a dezembro são marcados por campanhas de conscientização sobre uma série de doenças, como o câncer de mama, de próstata e de pele. Mas o que poucos sabem é que outros meses do ano também possuem suas próprias campanhas. Março, por exemplo, é o mês de conscientização sobre a endometriose, doença que afeta de 10% a 15% das mulheres em idade reprodutiva. “Principal causa da infertilidade em mulheres, a endometriose ocorre quando as células do endométrio, mucosa que reveste a parede do útero, não são devidamente expelidas durante a menstruação, se espalhando pelo aparelho reprodutivo, o que atrapalha a implantação do embrião fecundado, e até mesmo por outras regiões como intestino, apêndice e bexiga”, explica o Dr. Rodrigo Rosa, especialista em reprodução humana e diretor clínico da Clínica Mater Prime, em São Paulo.

Difícil de ser prevenida, já que, apesar de estar relacionada a fatores genéticos e imunológicos, ainda não possui uma causa definida, a endometriose tem como principal sintoma dor pélvica intensa, que geralmente não recebe atenção por ser confundida com cólicas menstruais. “Isso faz com que o diagnóstico da condição seja realizado muito tardiamente, quando as mulheres encontram alguma dificuldade para engravidar. Por isso, o acompanhamento ginecológico regular desde cedo é fundamental”, destaca o especialista. “Além disso, as pílulas anticoncepcionais, método contraceptivo comumente utilizado no tratamento da endometriose, também podem mascarar os sintomas da condição, o que contribui para um diagnóstico tardio e para que a doença evolua para um quadro grave sem que a mulher perceba”, diz o médico.

Felizmente, a endometriose tem tratamento, que é indicado de acordo com a gravidade da condição e as características individuais da paciente e geralmente inclui, além da pílula anticoncepcional, analgésicos, anti-inflamatórios e intervenção cirúrgica. “O tratamento cirúrgico da endometriose é realizado por meio da laparoscopia, procedimento minimamente invasivo que visa eliminar os cistos causados pela doença”, afirma o Dr. Rodrigo. Mas vale ressaltar que o tratamento da endometriose não é definitivo, atuando apenas no alívio dos sintomas e controle dos focos da doença. Logo, os sintomas e a dificuldade de engravidar podem retornar após algum tempo. “Além disso, apenas 50% das pacientes tratadas por meio da laparoscopia possuem chances de engravidar futuramente”, alerta.

Por esses motivos, a melhor alternativa para mulheres que desejam engravidar, mas sofrem com endometriose é a busca por tratamentos de reprodução humana, como a fertilização in vitro. “O processo de fertilização in vitro em pacientes com endometriose é igual a qualquer outro, com a coleta dos óvulos após indução medicamentosa da ovulação para que sejam fecundados em laboratório e, em seguida, implantados de volta no útero. E a boa notícia é que as taxas de sucesso do procedimento em mulheres com a condição são as mesmas de quando a fertilização é realizada por outros motivos, sendo assim um excelente método para aumentar as chances da paciente de ser mãe biológica”, explica o Dr. Rodrigo Rosa Filho. “Porém, antes de optar por qualquer procedimento, é fundamental consultar um médico especialista em reprodução humana, que poderá indicar o melhor tratamento para cada caso de acordo com fatores como idade, histórico de saúde e qualidade dos óvulos”, finaliza.

FONTE: DR. RODRIGO ROSA – Ginecologista obstetra especialista em Reprodução Humana e sócio-fundador e diretor clínico da clínica Mater Prime, em São Paulo. Membro da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA) e da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana (SBRH), o médico é graduado pela Escola Paulista de Medicina – Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM). Especialista em reprodução humana, o médico é colaborador do livro “Atlas de Reprodução Humana” da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana. (Holding)