Novo isolamento social decretado pode aumentar ansiedade em crianças, adolescentes e adultos

Atendimento psicológico online minimiza estresse e alivia ansiedade

Novo isolamento social decretado pode aumentar ansiedade em crianças, adolescentes e adultos
Foto de Ketut Subiyanto no Pexels

Na última sexta-feira o Paraná e outros estados decretaram medidas mais enérgicas no enfrentamento aos novos casos da COVID-19. Entre as medidas estão fechamento de atividades não essenciais e das escolas, públicas e privadas.

Segundo a OMS, o Brasil já era o país mais ansioso do mundo mesmo antes do coronavírus, com mais de 18 milhões de brasileiros convivendo com o transtorno. Já passamos por um ano de incertezas, e os casos de ansiedade aumentaram significativamente. Já uma pesquisa realizada pela Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) mostrou que os casos de depressão aumentaram em 50% durante a quarentena por conta da Covid-19, e a ansiedade e o estresse, em 80%. A pesquisa também mostrou que as pessoas que fizeram acompanhamento psicológico pela internet apresentaram índices menores de estresse e ansiedade.

Apesar da ansiedade ser uma resposta natural do nosso corpo, algo fisiológico essencial para a nossa sobrevivência, em alguns momentos pode se tornar nociva. “Aprender a lidar com a ansiedade é importante, caso contrário, o impacto na saúde física e mental, poderá ser muito forte”, salienta a psicóloga Luciana Deutscher.

Com o estresse e a correria do dia a dia , a ansiedade virou rotina e as pessoas passaram a viver no “piloto automático ” , nesse cenário de pandemia isso se intensificou gerando problemas psicológicos em grande parte da população e isso não se restringe aos adultos muitos adolescentes e até algumas crianças passaram a apresentar quadros de insônia, irritabilidade, pensamentos repetitivos , desânimo e hiperatividade que são indícios do alto nível de angústia do momento que estamos passando e de ansiedade pelo que virá.

Segundo Luciana, ninguém imaginava que um ano depois estaríamos ainda imersos nesse cenário, afinal depositamos todas as nossas esperanças no fim da pandemia, na diminuição do contágio e na vinda das vacinas e no retorno da vida ao “normal “.  Porém, a maioria dessas questões não estão sob nosso controle, “precisamos agora mais do que nunca focar no que podemos controlar , no como lidar com a continuidade indefinida desse cenário de modo a convivermos com essa realidade da melhor forma possível no sentindo de preservarmos nossa saúde mental”, alerta.

Algumas dicas simples, mas que ajudam a diminuir a ansiedade podem ser seguidas por todas as idades, como planejar a semana, estabelecer horários para as atividades em especial das crianças e adultos, criar uma nova rotina que se adapte a essa nova realidade, ter momentos no dia pra não fazer nada, pra relaxar, ter um dia na semana pra sentar em família e planejar tudo que querem fazer quando a pandemia acabar, sem estabelecer datas pra isso, apenas planejar o futuro.

“E caso perceba que não consegue dar conta sozinho, que está se sentindo sobrecarregado emocionalmente procure ajuda especializada, e isso também com relação às crianças e adolescentes. No caso das crianças o primeiro passo e buscar  ajuda com o pediatra que o acompanha quando aparecerem sinais como dificuldade pra dormir , falta de apetite, irritabilidade, choro sem motivo , comportamentos que não são comuns pra aquela criança”, pontua Luciana.

O mesmo vale pros adolescentes e a sugestão da psicóloga é a importância do diálogo com eles. “Conversem com os jovens, perguntem se precisam de ajuda, como estão se sentindo com tudo isso e conte como você se sente também, dê o exemplo para que ele se sinta acolhido e lhe conte o que está passando”, alerta Luciana.

“Tenho pacientes adolescentes que precisavam apenas contar com o apoio de alguém que apenas parasse para escutar sem julgar o que estava sendo dito e outros que a carga emocional do isolamento por conta da Pandemia foi tão grande por ter se acumulado as mudanças hormonais próprias da idade que precisaram mesmo de acompanhamento psicológico especializado e em alguns casos até acompanhado por médicos, para uso de medicamentos pra abaixar a ansiedade durante esse período”, esclarece.

Para o atendimento, Luciana Deutscher trabalha com a Psicoterapia Breve, um modelo de atendimento específico focal muito utilizado em momentos de crise ocasionados por um evento adverso, gerando sofrimento psicológico e que precisa de acompanhamento profissional para ser enfrentado, amenizado e tratado. “Podemos citar as crises de ansiedade e insônias geradas pela pandemia, por mudança de emprego, quadros depressivos e alto grau de estresse”, explica Luciana.

Outro modelo seria o de Orientação Psicológica que consiste em um processo com a orientação de pais, mães, crianças e adolescentes para que planejem e estabeleçam estratégias para lidar com as mudanças ocorridas no último ano, identificando a necessidade de buscando apoio emocional. “Esse modelo tem sido muito utilizado para orientação de pais e mães que querem auxílio para enfrentar as questões da Pandemia de modo estabelecer estratégias de enfrentamento das dificuldades encontradas na busca do equilíbrio emocional familiar”, finaliza Luciana.

Sumi Costa